METODOLOGIA CIENTÍFICA DA PESQUISA

ADENDO À AULA 3

 

Texto 1

“A realização das várias etapas de um trabalho monográfico pressupõe, naturalmente, certo amadurecimento. Esse amadurecimento é fruto de uma experiência de vida intelectual, de vida científica, construída quer mediante a realização de estudos, quer através de participação em pesquisas. Portanto, ao se propor a realização de um trabalho monográfico, seja ele didático ou científico, é necessário se inserir antes num ‘universo familiar de problemas’, para que se possa então determinar um tema, definir um problema específico etc. Fica claro, então, que leituras, cursos, participação em seminários e em outras atividades são condições e contextos para a formação do universo de problematização. Posteriormente, voltar-se-á à exigência [...] de se levantar uma bibliografia especializada, mas mesmo para isso é preciso estar de posse de algumas diretrizes norteadoreas, ou seja, ter em mente o que se pretende fazer, pelo menos em suas grandes linhas” (SEVERINO, 2000, p. 157).

 

Texto 2

“A relativa eficiência do senso comum deve-se ao fato de que ele, assim como o conhecimento científico, também passou por um processo de aprendizagem por tentativa e erro. Graças à linguagem, o conhecimento adquirido por um indivíduo pode ser transmitido a outros e, também, às gerações seguintes: estas, por sua vez, podem modificar o conhecimento e corrigi-lo por meio do processo de tentativa e erro. Portanto, pelo menos em certo grau, o conhecimento comum é também um conhecimento crítico. E alguns filósofos defendem que há uma continuidade entre a investigação científica e a investigação empírica cotidiana [...]” (GEWANDSZNAJDER, 2010, p. 123).

 

Texto 3

“[...] Ciência e religião respondem a necessidades humanas diferentes. A ciência não nos diz como as coisas deveriam ser, ou seja, não nos fornece valores éticos. Esses temas são tratados pela filosofia (ética) e pela religião. Em outras palavras, a ciência não diz como devemos agir. Ela tenta descobrir como as coisas são, mas não pode responder como deveriam ser. A ciência é capaz de estudar, por exemplo, as causas de determinado ato de violência de um grupo contra outro, mas não pode condenar o ato: essa é uma norma ética. Inferir como as coisas devem ser com base em como as coisas são é um erro conhecido como ‘falácia naturalista’. A ciência pode dizer, então, o que somos capazes de fazer, enquanto a religião e a ética dizem o que devemos fazer. Isso significa que não podemos extrair um juízo de valor de uma teoria científica: os valores pertencem à esfera ética e não à esfera científica [...]. O biólogo americano Francis Collins [...], diretor do Projeto Genoma Humano, compartilha da mesma opinião. Para ele, as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência: ciência e religião não são incompatíveis, mas sim complementares [...]. Essa discussão é particularmente importante em relação à teoria da evolução, que [...] nos ajuda a compreender melhor a relação entre ciência e religião” (GEWANDSZNAJDER, 2010, p. 127).