PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA — TEIA DO SABER 

DIRETORIA DE ENSINO – REGIÃO CENTRO

MÓDULOS I E II

CURSO “METODOLOGIAS DE ENSINO DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA, MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS DO ENSINO MÉDIO: FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA”

 

 

Inteligência e Criatividade

http://www.camarabrasileira.com/criatividade2.htm

 

Antes de mais nada, vamos tentar conceituar, de forma prática, o que vem a ser inteligência e o que vem a ser criatividade.
Inteligência é uma função do cérebro. É a capacidade de organizar as informações, fazer comparações, formular conceitos e propor soluções. Todas as pessoas têm esta capacidade, independentemente de cor de pele, sexo, tamanho da cabeça, escolaridade, nacionalidade etc. Já criatividade é apenas uma "forma de usar essa inteligência". Portanto, todas as pessoas têm potencial criativo. Até as louras, por incrível que pareça!
Por ser uma "função", a inteligência pode melhorar continuamente à medida aprendemos coisas novas, sejam estas "coisas" palavras, conceitos, procedimentos etc. Quer dizer, aprendeu uma coisinha nova agora, melhorou a inteligência mais um pouquinho. É lei da natureza.
O que acontece, na realidade, é que toda vez que aprendemos alguma coisa, esta nova informação é registrada na memória e IMEDIATAMENTE associa-se a todo o conjunto de informações que já estão lá, guardadinhas. Assim, quando raciocinamos sobre qualquer assunto, estamos simplesmente fazendo comparações entre as informações que temos na memória. A coisa funciona mais ou menos assim:

- Tudo o que aprendemos é devidamente registrado na memória;
- Quando temos que resolver determinado problema, buscamos na memória todas as informações que temos sobre o assunto, comparamos e formulamos uma resposta. É justamente por isso que não conseguimos pensar sobre o que não sabemos. Tente pensar num noete prateado e veja como é difícil pra burro. Você só conseguirá pensar num noete prateado se souber o que é noete, não é mesmo?

Acontece que a nossa memória não registra somente dados isolados, como palavras, por exemplo; registra também procedimentos, maneiras de agir e - isto é importante - maneiras de pensar.
Quando aprendemos usar o martelo, por exemplo, registramos na memória o procedimento completo de dar marteladas, desde como segurar o prego até o modo de bater o martelo. Por isso, quando temos que botar um prego na parede, "recuperamos" na memória todo o procedimento aprendido e cumprimos a tarefa naturalmente, praticamente sem qualquer esforço intelectual.
Ocorre, entretanto, que, de repente, o prego pode se recusar a entrar na parede, não é mesmo? Daí então a inteligência nos oferece duas alternativas:
1) desistir da tarefa
2) procurar uma nova solução para o problema
Pois é aí, justamente aí, que o nosso cérebro abre uma portinha mágica que pode nos levar ao maravilhoso mundo do "pensamento criativo". Preste atenção nisso! O "pensamento criativo" é somente uma alternativa que a mente nos oferece para que encontremos uma solução original para um problema teoricamente sem solução. Assim sendo, ser criativo é apenas uma opção intelectual. E todos podem fazer esta opção. É simples, fácil, divertido e faz crescer pra burro a nossa auto-estima.

Pensar criativamente é "pensar lateralmente". É basicamente isso. Bem... é claro que você quer saber o que é pensar lateralmente, não é mesmo? Então veja:
Segundo Edward De Bono, "raciocínio vertical é cavar cada vez mais fundo no mesmo buraco, enquanto raciocínio lateral é tentar de novo em outro lugar". Em termos práticos, isto quer dizer que se não encontramos respostas satisfatórias para determinados problemas (do jeito que estamos procurando) devemos procurá-las em outro lugar, de outra maneira, olhando sob outro ângulo e através de outras associações. E a "chave" para pensar lateralmente é usar, simplesmente, a expressão... "e se...?"


É isso aí, gente, pensar criativamente é pensar "e se?"


- E se em vez de dividir eu multiplicar?
- E se em vez de pintar de verde eu pintar de vermelho?
- E se em vez de ir por aqui eu for por ali?
- E se em vez de deixar aqui eu puser ali?

Esta é grande "malandragem" do pensamento criativo! Este é o primeiro passo! Esta é a primeira regrinha para tirar sua cuca da mesmice do pensamento vertical! Acostume-se a pensar "e se?" e você vai ver como as idéias começam a pintar! Pense "e se?" e ouse, arrisque, experimente! Sem "correr o risco de errar você tem poucas chances de acertar!

Veja como Sigmund Freud se referia à própria inteligência e perceba que não há grandes exigências de ordem natural para que qualquer um, com ousadia e determinação, possa superar suas limitações:

"Não sou realmente um homem de ciência, não sou um observador, não sou um pensador. Nada sou senão um conquistador, por temperamento — um aventureiro — com a curiosidade, a rudeza e a tenacidade que compõem essa espécie de ser."

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"Tenho capacidades e talentos muito restritos. Nenhum para as ciências naturais, nenhum para a matemática, nada para as coisas quantitativas. No entanto, o pouco que possuo, e que é de natureza bastante limitada, deve provavelmente ser de caráter muito intenso." (Textos extraídos do livro O Pensamento Vivo de Sigmund Freud, de Martin Claret.)