QUINTILIANO
E A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA
Davi
Euclides
Fabiano
Mauro
Rosana
Marco Fábio Quintiliano (40-118)
Quintiliano nasceu em Calahorra, situada na Península Ibérica, na época
província romana da Hispânia, onde atualmente se
localiza a Espanha, no século I, d.C. tendo sido ainda jovem atraído para Roma,
Capital do império, onde foi discípulo de Palêmon,
gramático de Roma que gozou de grande reputação no século I e de Domício Áfer, um orador latino.
Dessa forma Quintiliano tinha uma grande formação
pessoal, dominando a gramática e a oratória, sendo um dos mais respeitados pedagogos romanos, além de ser um jurista,
tendo lecionado na escola retórica, fundada em Roma (O Império Romano teve
grandes vultos, muitos deles famosos pela eloqüência empregada nos discursos, com
destaque para os juristas e os membros da classe política)
Durante o reinado do imperador Vespasiano, obteve o cargo de professor. Após deixar o
ensino, Quintiliano redige o De Institutione Oratoria,
verdadeiro tratado de educação intelectual e moral, com ênfase na pessoa do
mestre que deverá ser uma pessoa de caráter, retidão e de ciência, na medida em
que as suas atitudes e conduta influenciarão de forma determinante o
desenvolvimento do aluno (VASCONCELOS, 2002).
De Institutione Oratoria é composto por doze volumes, numerados de I a XII, e
propõe-se a formar o orador, através da exposição pormenorizada dos objetivos
da educação, dos programas e das metodologias a adotar. O volume I é consagrado
à educação da criança na família e na casa do gramático, onde permanece até
cerca dos dezesseis anos de idade, altura em que é guiado até aos cuidados do
professor de retórica.
Quintiliano opõe-se à preceptoria
particular e considera que a criança deverá começar a frequentar
a escola o mais cedo possível.
Quintiliano alerta para a
necessidade de se identificarem os talentos nas crianças e coloca a
problemática das diferenças individuais (no que se refere às capacidades e ao caráter)
e das formas de procedimento a adotar perante elas, devendo o mestre observar
cada criança individualmente, respeitando-a e avaliando sua índole a fim de
estabelecer o tipo
e grau de complexidade das tarefas que deveriam ser apresentadas. Para Quintiliano
os infantes eram em
sua grande maioria, talentosas para falar devendo esse talento ser estimulado.
Assim sendo, ficava comprovada a importância de se
preocupar com a formação oratória da criança desde cedo, para que seu talento
não viesse a desaparecer por falta de estímulos.
Sugere que os alunos sejam distribuídos por classes
logo a partir da escola primária, além disso, que a educação das crianças não
devia ser realizada de forma a impor-lhes tarefas, cuidando principalmente dos
mais jovens, incutindo neles o amor aos estudos, o estudo deveria ser para
eles, então, como um divertimento; tinham de ser questionados e elogiados
quando fizessem um bom trabalho. Por outro lado,
quando estivessem desestimulados, era necessário criar um clima de competição
entre os alunos, fazendo com que acreditassem que seus amigos eram melhores, a
fim de serem instigado a dar o melhor de si nas
atividades propostas pelo mestre. Refere ainda a importância do aproveitamento
da memória do aluno como peça-chave do processo educativo.
Quintiliano via a leitura como algo que deveria ser apresentada
gradativamente as crianças, a fim de que elas absorvessem informações
com facilidade e fossem capazes de formularem questões. Quintiliano
acrescenta que os alunos necessitariam de intervalos destinados ao descanso,
Aconselha, todavia, que haja uma medida para os descansos, pois estes, se
negados, criam ódio aos estudos, e, se oferecidos em demasia, o hábito da
ociosidade.
Para
Quintiliano, o estudo deve ser então, uma atividade
prazerosa. O autor condena também os castigos corporais, os quais eram fortemente
empregados tanto na educação grega quanto na romana como forma de o mestre
firmar sua autoridade. Considera os castigos inúteis e, além disso, afirma que
se os mestres efetivamente conduzissem as crianças a cumprirem suas obrigações,
não haveria necessidade de castigá-las.
A
pedagogia de Quintiliano visa como ele mesmo afirma,
à formação de um aluno que seja ele mesmo capaz de buscar o conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, M. A. Quintiliano gramático: o papel do mestre de
Gramática na Institutio oratoria.
São Paulo: Humanitas; FFLCH/USP,
2000.
ROSA, M.G. - A História da Educação através
dos textos. São Paulo: Editora Cultrix, 1971.
SABIONE, N. Considerações sobre a formação
inicial do orador e o ensino de língua segundo Quintiliano.
Disponível em: <http:// www.iel.unicamp.br/revista/index.>.
Acesso em: 11/03/2011
VASCONCELOS, B. A.
“Quatro princípios de educação oratória segundo Quintiliano”,
in: Phaos - Revista de Estudos Clássicos,
vol. 2, 2002.