QUAL
O FUTURO DO PLANETA TERRA?
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/071117/saude/espanha_ecologia_clima
Valência, Espanha (AFP) - Abaixo estão as
principais conclusões do quarto informe do Painel Intergovernamental sobre a
Mudança Climática (IPCC), destinado aos dirigentes do mundo e que fala em
perdas irreversíveis ao meio ambiente. Entre alguns exemplos, estão o
derretimento do gelo nas calotas polares, a desertificação rápida de zonas
atualmente ocupadas por florestas e o aumento em grandes percentuais do efeito
estufa.
A desertificação da Amazônia e o
resfriamento da Europa são algumas das alterações possíveis citadas pelo
relatório que também prevê a ocorrência de eventos repentinos - como ondas de
extinção. O novo documento foi divulgado oficialmente adotado neste sábado, em
Valência, na Espanha.
Os especialistas do IPCC, patrocinados pela ONU, pedem mais eficiência no uso da energia em prédios, casas, nos automóveis, defendendo as variedades técnicas solar ou nuclear, consideradas mais limpas. E elaboraram uma síntese de vinte páginas que servirá de referência para os próximos anos em termos de mudança climática, a poucas semanas para a conferência que será realizada em Bali, na Indonésia.
AVALIAÇÃO CIENTÍFICA:
- A mudança climática é
"irreversível" e as emissões de gases de efeito estufa provocadas
pelas atividades humanas (principalmente pelo gás, o carvão e o petróleo) são
responsáveis (em 90%) pelo aumento das temperaturas nos últimos 100 anos
(+0,74º C). O CO2 lançado até agora pelas atividades humanas permanecerá ainda
por muitos anos na atmosfera, com efeitos para o clima global.
- A temperatura mundial deve aumentar entre
1,1 e 6,4°C em relação a 1980-1999 até 2100, com um valor médio mais
seguramente compreendido entre 1,8 e 4°C. O aquecimento será mais importante
nos continentes e nas latitudes mais elevadas.
- O nível dos oceanos poderá, segundo as
previsões, subir de 0,18 m a 0,59 m no final do século em relação ao período
1980-1999.
- Os calores extremos, ondas de calor e
fortes chuvas continuarão sendo mais freqüentes e os ciclones tropicais, tufões
e furacões, mais intensos.
- As chuvas serão mais intensas nas
latitudes mais elevadas, mas diminuirão na maioria das regiões emersas
subtropicais.
- O aumento da temperatura foi duas vezes
mais importante no Pólo Norte do que na média mundial nos últimos 100 anos,
provocando o derretimento acelerado da camada de gelo.
PRINCIPAIS IMPACTOS:
- "A mudança climática antropogênica
(de origem humana) e suas conseqüências podem ser repentinas ou
irreversíveis".
- Inúmeros sistemas naturais já estão
afetados e os mais ameaçados são a tunda, as florestas setentrionais, as
montanhas, os ecossistemas mediterrâneos e as regiões costeiras.
- Até 2050, a disponibilidade de água deve
aumentar nas latitudes elevadas e em certas regiões tropicais úmidas, mas a
seque deve se intensificar nas regiões já afetadas.
- 20 a 30% das espécies vegetais e animais
estarão ameaçadas de extinção se a temperatura mundial aumentar de 1,5 a 2,5°C
em relação a 1990.
- A produção agrícola deve aumentar
levemente nas regiões de médias e altas latitudes (frias) se o aumento da
temperatura se limitar a menos de 3°C, mas poderá diminuir se ultrapassar esse
limite. Nas regiões secas e tropicais diminuirão tão logo ocorra um aumento
local das temperaturas de 1 a 2°C.
- A saúde de milhões de pessoas se verá sem
dúvida afetada pela desnutrição, a morte e as enfermidades vinculadas às ondas
de calor, inundações, secas, tempestades e incêndios.
- Nas regiões polares serão reduzidos as
geleiras e os bancos de gelo. No pólo norte, o banco de gelo poderá desaparecer
antes do final do século XXI.
- O aumento do nível do mar ameaçará as
pequenas ilhas.
- Na Europa, as inundações, a diminuição da
camada de neve e as ondas de calor colocarão em perigo inúmeras atividades
econômicas.
ADAPTAÇÃO E POSSÍVEIS SOLUÇÕES:
- De 1970 a 2004, a emissões de gases de
efeito estufa, responsáveis pela mudança climática, aumentaram 70% e,
inclusive, 80% no caso do dióxido de carbono (CO2), o mais importante deles.
- Todos os setores econômicos estão
envolvidos na redução dessas emissões até 2030.
- As medidas suscetíveis de limitar o
aquecimento climático entre +2ºC e +2,5ºC, até 2100 em relação a 1990, terão um
impacto inferior em menos dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2030.
- As energias renováveis terão um papel
cada vez mais importante depois de 2030, assim como as reservas de CO2. A
atividade nuclear também desempenhará um papel crescente.