HANTAVÍRUS EM UBERABA, MG

Superintendência de Epidemiologia da Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirma 2 casos de hantavirose

A equipe da Superintendência de Epidemiologia da Secretaria de Estado de Saúde informa foram confirmados na sexta-feira (16) mais 2 casos de hantavirose na área rural de Uberaba, com um óbito. Em 2003 foram registrados, ao todo, 43 casos em Minas. Sete casos foram confirmados, com 5 óbitos. Os técnicos alertaram para os cuidados que a população deve tomar, não só com a Hantavirose, mas com todas as formas de febres hemorrágicas. As mortes por causa indeterminada ocupam o segundo lugar em Minas Gerais, só perdendo para as doenças cardiovasculares. Por este motivo, os epidemiologistas da SES produziram 30 mil Protocolos de Febres Hemorrágicas, que foram distribuídos aos profissionais de saúde através das diretorias regionais em todo Estado. "Os médicos devem ter o conhecimento adequado e serem capazes de fazer o diagnóstico diferencial das doenças", ressaltou Heloísa Pelluci, diretora de Vigilância Epidemiológica da SES. No ano 2002 foram registrados 7 óbitos por Hantavirose. As áreas com maior número de casos são o Triângulo e o Sudoeste de Minas. "O número de casos aumentou porque surgiu uma nova área com a doença, que é o Sudoeste", explicou Mariana Gontijo, referência estadual para Hantavirose. Além da produção do Protocolo, a SES estruturou uma equipe treinada no Instituto Adolfo Lutz (SP) para controlar a Hantavirose. Essa equipe fará o monitoramento do Estado e a vigilância ecológica da doença. "Quando há um caso suspeito, os técnicos são deslocados para o local e iniciam o processo de investigação e educação em saúde com a população", informou Mariana Gontijo. A Hantavirose é uma doença infecto-contagiosa grave, transmitida, pela inalação das excretas (fezes, urina e saliva) de roedores silvestres. É de alta letalidade -- 50% das pessoas que adoecem morrem -- e ataca principalmente o pulmão, causando insuficiência respiratória aguda. Os principais sintomas são febre, mialgias (dores no corpo), dor abdominal, vômitos, cefaléias (dores de cabeça) e tosse. Através do acompanhamento da equipe da SES/MG, pode-se observar que a Hantavirose é uma zoonose incidente principalmente na região Centro Oeste de Minas. O maior acometimento dá-se em pessoas do sexo masculino, em idade produtiva, com atividades rurais, expostos aos roedores silvestres. O primeiro caso registrado em Minas Gerais foi em 1998, e desde então têm ocorrido notificações de casos principalmente no Triângulo Mineiro. Devido à alta taxa de letalidade, a Hantavirose foi incluída em 1999 na lista de doenças de notificação compulsória, com grande impacto na saúde pública. Nas áreas agrícolas, o desequilíbrio ecológico favorece o aparecimento de casos. Por isso, é importante que a população utilize técnicas de colheita e armazenamento adequadas e realize continuamente o controle de roedores. Ao chegar em local que ficou fechado por muito tempo na zona rural, é importante que o ambiente seja aberto e que as pessoas não permaneçam dentro dele. Depois que houver circulação de ar, deve ser passado um pano úmido para limpeza, sem o uso de vassoura para não levantar poeira que pode estar contaminada por hantavírus.