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Desenvolvimento Sustentável para o Vale do Ribeira
Municípios de Itaperuçu, Cerro Azul e Dr. Ulisses – Estado do PR

Mauro Schorr
Engenheiro Agrônomo e Presidente do Instituto Anima
animabc@terra.com.br
Newton Sponholz
Engenheiro Agrônomo credenciado oficial da FCO da SEAB- PR
Irani de Souza Portilho
Engenheiro Agrônomo credenciado oficial da FCO da SEAB- PR

1.0. Introdução: a luta da população local

No Paraná temos esta região ainda notavelmente esquecida do amplo desenvolvimento científico e industrial que existe na capital e grandes centros, que ainda requer melhores condições de infra-estrutura e desenvolvimento regional. As população local luta para obter uma melhor qualidade de vida e de economia, que se baseia na exploração e comércio de frutíferas sobretudo citrus e a produção de ovinos e bovinos de subsistência. Sabe-se que é a maior produtora de Tangerina polkan do sul do Brasil, alcançando a cifra de 18 milhões de quilos desta fruta, afetando no período da safra os mercados de todo o pais.

2.0. O Desafio do Desenvolvimento Sustentável Regional

Ocorre que as condições técnicas da produção de frutas ainda é bastante rudimentar, tanto na escolha das variedades como no seu manejo. Não temos um controle integrado de pragas e nem uma pesquisa experimental de ocorrência de períodos críticos, catalogação das espécies e de seus inimigos naturais, e em alternativas de adubação mais variada e menos solúvel, que possam permanecer mais tempo nas plantas. E o que é mais importante, a maioria dos cultivos não está edificado em nível e suas linhas intercalares não receberam adubação verde nitrificante ou a formação de pastagens nutritivas para os animais, sistema conhecido como silvo pastoril. Assim podemos aprimorar a produção agrícola da região introduzindo:

- Cultivos em curvas de nível, com o uso de mulching orgânico ao redor das frutíferas;

- Manejo integrado de pragas e doenças, com a introdução de adubação baseada em termofosfato, fosfato natural, MB 4, Biogel, sulfomagro, entre outros insumos importantes para a saúde fisiológica das plantas;

- Uso de preparações biodinâmicas; calda sulfocálcicas;

- Adubação orgânica e calcário, e adubação verde e diversificação alelopática nas pastagens, com o consórcio apropriado e diversificado de gramíneas e leguminosas;

- Sistemas de Alley Cropping ou cultivos em aléias com o Guandu, Grevilha, Bracatinga, Timbó e Leucena;

- Plantio de novas espécies silvícolas como eucaliptos e pinus de rápido crescimento com faixas de consórcio de espécies leguminosas;

- Manejo Voisin ou com cercas elétricas ou de arames para o gado;

- Sistemas de estabulaçâo de animais noturna, com o uso de homeopatia animal para prevenção e controle de doenças;

- Grande impulso a apicultura regional, com formação de agroindústria apícola associativa ou cooperativa;

- Introduzir a concepção da necessidade da formação e uma unidade de produção comercial e agro-industrial de polpas de frutas, sucos, geleias, doces para a exportação para os mercados regionais, da capital, de outros estados e inclusive internacionais, aproveitando sua capacidade para a extração e embalamento de mel e derivados e inclusive principio ativos de ervas medicinais;

3.0. Ações Interdisciplinares:

Temos ações importantes a serem conduzidas no setor da educação ambiental, saúde comunitária, medicina natural, saneamento, combate a fome e a subnutrição, analfabetismo que necessitam de programas mais apropriados e estimulados pelas prefeituras e governo estadual, mas que estão interrelacionados com a ampliação da agricultura sustentável ou agroecologia na região.

4.0. Justificativa Técnica para estas Ações:

SAFs para a Região Sul e Sudeste do Brasil

Salve Terra de Guerreiros,
Lugar da força dos Guaranis,
Alemães, Japoneses, Poloneses,
povo da raça do trabalho duro,
que fez o Brasil crescer de
Norte-a-Sul. Rio Grande do Sul é o Ouro do Brasil.
SC um mausoléu de flores e mel e o Paraná, com aquelas flechas vindas do céu mandadas pôr São Miguel, as nossas Araucárias, é o poder das Terras Rochas, do Ferro transformado em verde e ostentoso grão, o poder da floresta da madeira rubra e dura, que estrutura a mesa de nossa nação !

 

Tab.1.0. Espécies Recomendadas para serem Introduzidas em SAFs para a Região Sul e Sudoeste do Brasil

Nome Científico

Nome Comum

Aspidosperma poluneuron

(Peroba-rosa)

Cabraela glaberrima

(Canjarana)

Araucária angustifolia

(Pinheiro-do-paraná)

Ilex paraguariensis

(Erva-mate)

Chorisia speciosa

(Paineira)

Mimosa sacabrella

(Bracatinga)

Balfourodendron riedelianum

(Pau-marfim)

Schinus terebinthifolius

(Aroeira)

Cordia trichotoma

(Louro Pardo)

Euterpe edulis

(Palmiteiro)

Mimosa scabrella

(Bracatinga)

Ocotea pretiosa

(Sassafrás)

Piptadênia gonoacantha

(Pau-jacaré)

Colubrina Glandulosa

(SoBrasil)

Copaifera langsdorfii

(Copaiba)

Croton celtidifolius

(Pau-sangue)

Dalbergia brasiliensis

(Jacarandá)

Leehea divaricata

(Açoita-cavalo)

Ocotea porosa

(Imbuia)

Ocotea puberula

(Canela-guicá)

Podocarpus-lambertii

(Pinheiro-Brabo)

Roupala brasiliensis

(Carvalho)

Schizolobium parahyba

(Guapuruvu)

Piptadênia macrocarpa

(Angico-vermelho)

Calophyllum brasiliense

(Guanandi)

Centrolobium tomentosum

(Araribá Vermelho)

Zeyhera tuberculosa

(Ipê felpudo)

Musa sp

(Banana)

Swietenia macrophylla

(Mogno)

Piper nigrum

(Pimenta-do-reino)

Coffea spp.

(Café)

Vanilla spp.

(Baunilha)

Cedrela odorata

(Cedro Vermelho)

Copaiba sp.

(Copaiba)

Aniba rosoedora

(Pau Rosa)

Gliciridia sp.

(Glicirídia)

Euterpe oleraceae

(Açaí)

Caryca papaya

(Mamão)

Passiflora sp.

(Maracujá)

Calliandra sp.

(Caliandra)

Tecoma curialisa

(Ipê-Roxo)

Tabebuia sp.

(Ipê amarelo)

Bauhinia sp.

(Unha-de-vaca)

Aspidosperma sp.

(Guatambú)

Vochysia tucanorum

(Pau-terra)

Vernonia ferruginea

(Assa-peixe)

Gualsa grandiflora

(Araçá)

Psidium sp.

(Goiaba)

Platypodium elegans

(Jacarandádocampo)

Machaerium acutifolium

(Pitanga)

Eugenia sp.

(Faveira)

Prunus Doméstica

(Ameixeira)

Diospyrus kaki

(Caqui)

Ficus sp.

(Figo)

Malus sp.

(Macieira)

Olea europea

(Azeitona)

Vittis sp.

(Videira)

Prunus persica

(Pessegueiro)

Macadâmia intgrifolia

(Macadâmia)

Caryca papaia

(Mamão)

Anacardium humile

(Cajuí)

Roupala montana

(Carne-de-vaca)

Tibouchina sp.

(Quaresmeira)

Compomanesia cambessedeana

(Gariroba)

Bromelia balansae

(Gravatá)

Inga sp.

(Ingá)

Acacia sp.

(Acacia)

Euterpe edulis

(Palmito)

Enterolobium contortisiliquum

(Timbaúva)

Eugenia calycina

(Pitanga)

Eucalyptus sp

(Eucalipto)

Pinnus sp

(Pinus)

Leucaena leucocephala

(Leucena)

Um Manejo mais Sustentável para a Agricultura do Sul e Sudoeste do Brasil

A agricultura nestas regiões pode ser ampliada em sua sustentabilidade se adotar técnicas e métodos conservacionistas de manejo ecológico de solos que possam minimizar o impacto das chuvas, insolação direta do solo, perda de nitrogênio, matéria-orgânica, reservas de bio-massa e de produção biológica, entre outras importantes necessidades de manutenção do mais importante patrimônio que possui um produtor rural, a agregação e a fertilidade natural dos seus solos. E se esta agricultura sulista desenvolver SAFs com produtos de grande valor de mercado como frutas temperadas e madeira de lei, pode equacionar muitos dos seus problemas climáticos, de falta de obtenção de renda e fontes de energia mais renováveis para suas inúmeras indústrias de porte médio a alto, e grande e potencial malha de produção familiar.

Estas técnicas envolvem por exemplo, a continuidade dos projetos de conservação de microbacias que iniciaram no Paraná e estacionaram um pouco mais nestes últimos governos. Estes projetos de microbacias analisavam quais as culturas e variedades agrícolas poderiam ser mais integradas com a realidade dos solos, do meio-ambiente, clima, épocas-de-plantio, manejo da agricultura e orientavam sobre as variedades mais rústicas e menos dependentes de insumos químicos, incentivavam o uso de consorciações com adubos verdes, montagem de curvas-de-nível e terraços que ultrapassassem inclusive as cercas das propriedades particulares, a curva era estudada via satélite, acompanhada por especialistas em topografia, e era construída englobando as lavouras do mini-ecossistema inteiro. O resultado é que diminuíram-se os níveis de erosão, o uso de agrotóxicos, herbicidas, e estabilizaram as pragas e doenças.

O mais importante é que os produtores foram despertos e encontraram uma cultura e um caminho de desenvolvimento mais sustentável. Hoje são produtores mais responsáveis, conservacionistas e possuem melhores técnicas, mercados, produções e necessitam cada vez menos do auxílio dos governos.

Muitos destes produtores se tornaram orgânicos e biodinâmicos e já cultivam e exportam Soja no Sudoeste do Paraná e encontram até 40 ou 50 % a mais de preço final dos produtos no mercado europeu. Assim as produções mais orgânicas de erva-mate, açúcar, stevia, ervas, soja, farinha de milho, agro-industrialização de frutas em compotas, doces, produtos apícolas como geléia real, mel, pólen, podem ser exportados para estes mercados ecológicos e em parte solucionam grandes problemas econômicos dos pequenos e médios minifúndios produtivos de muitos locais de toda a região Sul e Sudoeste do Brasil. Assim a expansão destas microbacias, das técnicas de adubação orgânica e adubação verde e o plantio-direto podem ser desenvolvidas acompanhadas de excelentes SAFs como a combinação ordenada de plantios de espécies como Imbuia, Peroba, Araucária, Bracatinga, Mogno, Aroeira, butiá, guabiroba, jabuticaba, pêssego, frutíferas, consorciados com o plantio de Trigo, Cevada, Aveia, Milho, Sorgo, Milheto, Cana, Pastagens ou Forrageiras como colonião, pensacola, galactria, chicharo, quicuio, entre outras.

Estas entre outras ações pode trazer muita área verde para os estados do Sul, e muita madeira que está fazendo falta para suas indústrias de móveis, combustível, papel, construção, fauna e melhor umificação e vitalização de seus ecossistemas.[1]

Cultivos anuais com aléias de Guandu, Leucena, Crotalárias, que podem se tornar quebra-ventos e fontes de forragens e produção de nitrogênio e lenha com o uso por exemplo da Bracatinga são tambem importantes recomendações para os produtores sulistas e do sudoeste. O importante é formar diferentes tipos de SAFs nos diferentes locais e específicos ambientes de cada propriedade, ambientes que podem ser classificados como Horto Agrícola, onde pode ser introduzida a Banana, o Abacaxi, Côco, Café, Ameixa, Uva, Pera, Figo, dependendo do clima e da vocação agrícola do ecossistema. A lavoura que pode ser acompanhada de cultivos mais comerciais de frutas para exportação e mercado interno como Maracujá, Uva, Manga, Limão, Caqui, Figo, Azeitona, Ameixa Vermelha, Tangerina, entre outras espécies. As Pastagens com Sistemas Silvi-pastoris que podem ter a presença de Araucária, Peroba, Erva-mate, Imbuia, Mogno, Arueira, e frutíferas como Pera, Maçã, Pêssego, entre outras espécies. Os Pomares que podem possuir pastos com leguminosas e as áreas naturais, que devem ser mais preservadas e guarnecidas suas nascentes, com formação de RPPNs, com o plantio mais adensado de espécies florestais produtoras de madeira, essências medicamentosas, mel, como a Bracatinga, o Eucalipto, Ipê, Angico, Citrus, entre inúmeras. Isto é importante para melhorar a qualidade de vida da população do Sul do Brasil que vive hoje uma dimensionalidade social mais adensada em espaço e disponibilidade de recursos naturais e por isso possui uma necessidade vital de diversificar mais suas áreas verdes e obter uma produção de alimentos de melhor qualidade.

O fortalecimento da produção orgânica, isenta de agrotóxicos e que seja mais direcionado a consorciação de cultivos anuais com frutas é um grande caminho de aprimoramento do sistema tradicional de produção familiar e associativa que nesta região é um dos mais desenvolvidos do Brasil, e que precisa se tornar mais empresarial e mais eficiênte no uso de uma tecnologia mais orgânica e que alcance níveis elevados e competitivos de preço em um mercado novo, muito exigente e que paga muito mais. Isto pode dar origem ao nascimento da agricultura sustentável empresarial brasileira, pois a Agroecologia, Biodinâmica e a Permacultura já são muito impulsionadas no RS, PR, SC e tentam ganhar espaço maior em SP, RJ, MG e ES.[2]

Outro fato interessante constata-se com aqueles produtores mais industriais e que normalmente possuem propriedades maiores, mais organizadas e muito produtivas - verdadeiras Empresas Agrícolas, muitos dizem - " não temos tempo para produzir organicamente, precisamos de maior rapidez e objetividade nas nossas atividades, por isso que uso agrotóxicos, aro meu terreno bem rápido, nem analiso muito o solo, e nem me preocupo muito com o ecossistema, etc..." pois este é o quadro atual da mentalidade ou cultura dominante de muitos produtores do RJ, SP, MG, PR e RS.

Isto se deve a que o paradigma industrial em menos de 30 anos, com exceção de SC, dissolveu a relação harmoniosa que havia na maior parte desta região na sua prática de uma agricultura mais tradicional e centenária. É certo que desde sua colonização, o Sul perdeu quase 85 % de sua cobertura original em muitas regiões, mas ocorre que o ritmo paulistano de comércio e negócios ampliou-se em quase todos os estados. [3]

O RS, antigo centro político do país, agora sofre demasiadamente com as conseqüências de ter buscado uma industrialização muito rápida e pouco planejada a longo prazo - há poluição em grande parte de seu estado, há muita erosividade pronunciada em suas lavouras uma tendência de operalização de sua população rural, porém também há muita cidadania e consciência ecológica mais disseminada, que pode auxiliar na valorização de uma agricultura mais ética e sustentável.

O estado de São Paulo em sua aparência externa se tornou quase como um grande contínuo urbano. É o estado de maior presença industrial do Brasil, que somente no final da década de 80 começou a valorizar realmente o seu meio-ambiente, mas está muito longe de oferecer uma produção industrial mais sustentável se não rever melhor suas imensas usinas de produção de cana, pastagens e monocultivos empresariais de hortaliças. Por isso é importante a valorização dos SAFs para o seu meio rural, buscando formar uma malha mais abundante de diferentes e mais sustentáveis organismos agrícolas. O Paraná é o estado que mais está valorizando o meio-ambiente e possui um grande potencial para se tornar o maior produtor orgânico do país, e Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo podem caminhar em direção a formação de uma agricultura mais familiar, que busque preservar as suas tradições culturais adaptando-se à um mercado mais sofisticado, ecológico e exigente.

Pois estes estados do Sul seguem os padrões culturais de desenvolvimento mais europeus e não perceberam que podem optar por construir padrões de desenvolvimento realmente mais sustentáveis e menos concentrados em grandes cidades, e para isso acontecer é interessante o impulsionamento e a fortalecimento das empresas familiares de produção agrícola, artesanal - inclusive na área de calçados, mel, tecelagem, produção de vinhos, doces, etc.

Assim a Agricultura Orgânica não necessariamente é mais demorada em seu desenvolvimento, mas possui um período de tempo semelhante às atividades de produção normais convencionais. Ocorre que a Agroecologia exige um pouco mais de uma atenção, um ritmo de análise diária maior e mais constante da vitalidade e da saúde dos solos, adubos, plantas, animais, clima, algo que justamente os Sistemas industriais modernos perderam ou necessitam resgatar. [4]

As etapas de estabelecimento de cultivos é uma das partes dos processos industriais que precisam serem melhor aprimoradas ecológicamente, e envolvem a aração de solos, que no Sul ainda é feita de forma inadequada para as nossas condições tropicais e subtropicais: os produtores seguem os padrões europeus que possuem neve e o congelamento da matéria-orgânica e vida biológica, e aí insistem no Brasil em arar profundamente os solos, passar grade pesada, leve, todos os anos... assim foram perdidas muitas lavouras industriais, no Sul, Sudoeste de SP, Norte e Noroeste do Paraná - região do Arenito Caiuiá, entre outras, na realidade quase 150 Ton de solos e de adubos e corretivos perdidos/ano/ha.

Também no controle de ervas se exagera com o uso de herbicidas. Que tal rotações corretas de cultivos com o uso de bancos-de-proteína feitos de consórcios que podem possuir Guandu, Leucena, Caliandra, Eritrina, Bracatinga, Milho, Girassol, Feijão-de-porco, Azevêm, Ervilhaca, Serradela, Trigo-mourico, entre outras espécies mais mobilizadoras do potencial de reestruturação dos solos. Pois as rotações com estes bancos nitrificadores, uso de plantio-direto, introdução de animais para pastejo rotativo podem ser opções muito importantes para aprimorar em uma qualidade maior os processos produtivos industriais, evitando que utilize inclusive herbicidas e agrotóxicos.

A cultura da soja no Sul do Brasil já alcançou quase 70 % de todo o seu o potencial produtivo. A cultura da cana alcançou quase 60 % de todo do seu potencial de produção, e agora é necessário diversificar mais as produções industriais, pois há a necessidade de se cuidar mais dos recursos aquiferos, que estão em muitos lugares contaminados com resíduos de agrotóxicos, de combater melhor a erosão de solos, o risco de homogeneização de paisagens, destruição e aumento da pressão da população na sua busca de lenha e alimentos sobre as áreas de reservas naturais. [5]

Outros Consórcios e SAFs importantes para a Região Sul e Sudoeste do Brasil

Araucária + Imbuia + Peroba + Louro-pardo + Culturas Anuais: ótimo consórcio para o Norte do Paraná, região de Londrina. A idéia é reflorestar as Áreas Verdes que estão mal manejadas para proteger as suas nascentes e produzir madeira de lei e grãos.

Araucária + Aroeira + Erva-mate: consórcio muito utilizado no PR, SC e até RS. É excelente para ser utilizado com pastagens.

Bracatinga + Erva-mate + Culturas Anuais: muito utilizado perto da região de Curitiba. A Bracatinga é uma espécie leguminosa das mais importantes para os SAFs do Sul do Brasil.

Cultivo em faxinal + Pastagens: ocorre no PR, SC e RS, onde um conjunto de até 80 espécies vegetais é consorciado com o pastoreio de animais, em áreas de maior declividade e em solos mais ácidos, e de forma comunitária.

Araucária + Erva-mate + Pastagens: muito comum onde colhe-se a erva-mate, vende-se pinhão e ainda pode-se conduzir excelentes rebanhos. Pode fornecer uma renda muito elevada com a venda da madeira e da erva-mate.

Seringueira + Côco + Citrus + Cana com Guandu em aléias: em climas mais tropicais pode-se introduzir árvores maiores como a Seringueira, o Côco, afim de aumentar a receita da comercialização de seus produtos.

Bracatinga + Erva-mate + Araucária + Trigo, Soja e Milho em rotação: este consorcio é muito interessante por que a Bracatinga é uma espécie que pode recuperar a fertilidade dos solos, descompactar horizontes mais profundos e fornecer uma excelente lucratividade.

Ficus + Marica + Bergamota + Pastagens: para a região leste ou litorânea. Produz sombra para o gado.

Acacia + Pastagens: são leguminosas que possuem a capacidade de fixar Nitrogênio e produzir uma elevada quantidade de madeira/ha. Pode ser consorciadas ainda com Acacia mangium, A. auriculiformis, A. crassicarpa, A. holosericea, Erythrina poeppigiana, Zeyhera tuberculosa,Tabebuia rosea, Joanesia princeps, Terminalia catapa, T. ivorensis, Albizia caribea, A. falcata, Mimosa caresalpinifolia, Cordia alliodora e Pterygota brasiliensis.


[1] Pois é importante o Sul do Brasil controlar melhor seus efeitos de concentração de gases poluentes, calor, desmatamento, plantio apenas de monocultivos sem uma consorciação com SAFs, entre outra ações ecologistas mais importantes pois evidencia-se uma presença cada vez maior das estiagens de verão, que causam menos chuvas nas épocas de plantio em determinadas e muito desmatadas regiões produtoras.

[2] É tendência que em menos de 10 anos tenha-se um mercado ecológico muito mais valorizado no Brasil e no mundo e que possivelmente importará muito mais do que agora alimentos orgânicos de alta qualidade como a Soja, Milho, Farinha de Mandioca, Trigo, Café orgânico, açúcar orgânico, passas-de-fruta, Polpas naturais, frutas como Pêssego, Maçâ, Pera, Figo, Uva, o Algodão, a Lã, Couro, Carne, Artesanato, todos produzidos e possivelmente classificados e autorizados pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento e fiscalizados por técnicos de governos estaduais, ONGs certificadoras e exportadoras de produtos.

[3] Como uma exceção a regra, teve um menor impacto sobre a produção e estrutura familiar de SC e ES.

[4] A busca de analisar e conhecer melhor e aprimorar os fatores ambientais e sociais relacionados aos processos e principais etapas de montagem de seus produtos agroindustriais é o que pode levar a agroindústria sulista a uma qualidade total maior.

[5] Mais ao Sul, encontram-se campos muito estressados com uma alta deficiência de matéria orgânica. O uso de barreiras, bancos de proteína com Guandu, Girassol, Acácia, Crotalária, Milho, Capim-elefante, podem ser muito adequados para recuperar mais o potencial vital desta região que naturalmente é muito baixo. O pousio com árvores leguminosas também pode ser uma opção a mais na recuperação de áreas degradadas.