REFLEXÃO: OS CAMINHOS DA CIÊNCIA

Os caminhos da ciência são mesmo infindáveis. Veja, existe um grupo multidisciplinar (liderado por mim...) empenhado em explicar toda a fenomenologia do cosmos a partir dos ensinamentos poéticos da eguinha pocotó. É a alta-física procurando novos fundamentos. De início pensei : bobagem. Mas se você pensar bem, até que faz sentido. Depois de Pitágoras, de Galileu, de Newton e de Einstein..., depois de olhar para o infinito, para os átomos, de escrever milhões de teses, de realizar incontáveis experimentos, de conceber teorias, de rabiscar fórmulas e de encher todos os quadros-negros do planeta com equações, a vida , o universo e a inteligência humana permanecem envoltos no mesmo indecifrável mistério que sempre nos desatinou. Talvez tudo isso não tenha mesmo solução. Talvez o cérebro humano não tenha sido projetado para lidar com a complexidade de todas essas considerações. Ou talvez, tenhamos simplesmente errado no método. Daí o sentido da proposição minimalista do Pocotoismo para uma nova ciência. Funciona assim : eu não explico a natureza, pois isso (está provado) não dá mesmo certo. Então eu faço o contrário, ou melhor, não faço nada. Junto as pessoas e ficamos repetindo "pocotó-pocotó... pocotó-pocotó...." milhares de vezes. Não se sabe bem porque, mas todo esse ostinato, esse ritual zen, faz com que a natureza se revele a nós. Durante uma fração de segundo, no meio daquele transe, tudo se explica e se resolve. Findo o transe, só o torpor e o vazio. Nada fica na memória, nada que se possa descrever ou comentar. É como ter um sonho e não se lembrar dele. É como no Aleph do Jorge Luis Borges.

Viva a nova ciência. Viva o Pocotoismo !

Por isso não perca tempo : tudo o que aprendemos não serve prá mais nada. Que se fechem os laboratórios ! que se fechem as salas de aula ! Em sua próxima aula, reúna os alunos e diga : "Vamos todos sentar na grama e gritar POCOTÓ !".