01/09/04

Cubatão pode processar gás natural
Cubatão poderá processar todo o gás natural a ser produzido pela Bacia de Santos, a partir de 2009, desde que a Petrobras invista mais 100 milhões de dólares na construção de uma segunda unidade desse porte, na Refinaria Presidente Bernardes. A refinaria já possui uma unidade, onde processa o gás proveniente do Poço de Merluza. E o investimento não é elevado, se comparado com o que a Petrobras pretende investir na exploração do potencial da Bacia de Santos, o equivalente a US$3 bilhões. Com a construção dessa segunda unidade de processamento de gás e de todo um sistema de dutos, serão gerados cerca de 5 mil empregos, aproximadamente 500 por ano, nos dez anos que se seguirem ao empreendimento.

Aberta licitação de análise ambiental
A Codesp abriu no último sábado, o processo licitatório para a coleta de sedimentos e de posterior análise laboratorial na Alemoa e na Seção 6, no trecho em frente ao prédio da Diretoria de Operações até o Armazém 23, do Porto de Santos. A coleta do material para caracterização está prevista na Resolução Conama nº 344, do último dia 25 de março, e estabelece diretrizes gerais e procedimentos mínimos para avaliação do material a ser dragado nos portos brasileiros, além de ser exigência da Autoridade Ambiental, a Cetesb.

Convênio para reduzir ozônio na atmosfera
A Cetesb e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) firmaram esta semana convênio para desenvolver estudos que visam reformular a gasolina distribuída no País. O objetivo é reduzir o teor de olefinas do combustível, que são compostos químicos que propiciam a formação de ozônio na atmosfera. A eliminação deste composto na gasolina é uma medida
recomendada há mais de 30 anos por especialistas de todo o mundo em controle de poluição veicular. O ozônio não faz bem ao ser humano, é tóxico quando está na faixa do ar em que respiramos, na estratosfera (camada que vai de 25 a 50 km do solo e tem a importante função de proteger a Terra dos efeitos dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol).
Na superfície do planeta, o ozônio é um poluente poderoso e invisível, resultado da fusão de compostos orgânicos liberados na combustão de gasolina, diesel e outros combustíveis, em presença da luz solar. A exposição ao ozônio provoca irritação dos olhos, nariz e garganta,
envelhecimento precoce da pele, náusea, dor de cabeça, fadiga e diminuição da resistência orgânica às infecções e doenças respiratórias. O convênio assinado entre a Cetesb e a ANP prevê ainda estudos para implementação do controle ambiental das atividades de armazenamento, distribuição e coleta seletiva de produtos derivados do petróleo.

Forte calor na França causa emergência pública
Há um ano, o verão francês virou emergência pública. Estima-se que 15 mil pessoas tenham morrido devido a onda de calor que assolou o país. Uma pesquisa recém-divulgada pelo Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas, em Boulder, no Colorado, Estados Unidos, evidencia que as ondas de calor devem se tornar cada vez mais comuns. Segundo cientistas, esse fenômeno deve-se ao aquecimento global, provocado pela poluição. O excesso de calor poderá¡ afetar plantações, provocar uma elevação nos preços dos combustíveis e até mesmo matar pessoas idosas e debilitadas. De acordo com um outro grupo de cientistas, as energias alternativas, como a eólica, solar, biomassa ou até a nuclear seriam capazes de reduzir o aquecimento do Planeta. (jornal A Tribuna "Ciência & Meio Ambiente").

Funasa vai fazer controle de água em área indígena
Os médicos vão ganhar um aliado para combater as doenças provocadas pela água contaminada consumida pelos 700 índios das tribos de Angra dos Reis e Paraty. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) inaugura hoje, na Praia Brava, em Angra, o primeiro laboratório de controle de qualidade da água em área indígena. A unidade, a primeira com esta finalidade no Brasil, vai atender os índios guaranis das aldeias Sapukay, Araponga, Parati-Mirim e Rio Pequeno. O laboratório vai utilizar métodos que permitem diagnosticar com rapidez doenças provocadas pela água. É o primeiro do programa de monitoramento de controle de qualidade de água em aldeias indígenas. O laboratório vai apoiar a unidade municipal do programa Médico de Família, pioneiro no País, que foi construído para atender a comunidade indígena do Sul Fluminense.

O sertão pode virar mar
E há um novo flagelo a caminho: uma seca prevista para atingir 15 milhões de nordestinos no verão de 2006. Também está a caminho um novo projeto de transposição das águas do S. Francisco, o sexto em dois séculos. Mas desta vez, depois de 186 anos de promessas, há sinais positivos. O presidente mandou reservar R$ 1,8 bilhão no Orçamento de 2005 para que o governo comece a rasgar os canais já no próximo ano. Também ficou pronto há duas semanas o projeto completo de transposição que Lula promete implementar, um calhamaço com 2 mil páginas, a que DINHEIRO teve acesso com exclusividade. Esse projeto acaba de chegar ao Ibama para a obtenção da licença ambiental.

O mercado de crédito de carbono
Em dezembro de 1997, durante a III Conferência das Partes da Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, mais de 80 países adotaram o Protocolo de Kyoto, por meio do qual países industrializados do chamado Anexo I comprometem-se a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 5% (5,2% em média), relativos aos níveis de 1990, no período de 2008-2012. A entrada em vigor do tratado que terá força de lei consolidará o reconhecimento dos governos nacionais de que as mudanças climáticas são reais e podem ameaçar o equilíbrio do clima global, trazendo graves conseqüências para todos. Embora ainda falte uma etapa importante nesse processo, diversos setores da sociedade já estão reagindo, antecipando-se às ações dos governos nacionais, mais lentos em suas respostas.