FRUTO E SEMENTE
Fonte: http://professores.unisanta.br/maramagenta/fruto.asp
FRUTO
O
fruto é o resultado do amadurecimento do ovário, garantindo a proteção e
auxiliando a dispersão das sementes surgidas após a fecundação. Ocorre
exclusivamente nas Angiospermas.
No
sentido morfológico, não apenas aquelas estruturas conhecidas como
"frutas" (maçã, laranja, etc.), mas também as conhecidas como
"legumes" (feijão, ervilha, etc.) e "cereais" (arroz,
milho, etc.) são frutos. Os frutos são importantes na classificação botânica
por possuírem uma estrutura muito constante.
Formação: A partir da fecundação, inicia-se o
desenvolvimento da semente, através de uma série de transformações no saco
embrionário e outros tecidos do óvulo. A parede do ovário desenvolve-se em
PERICARPO, o qual é formado por 3 camadas: exocarpo (epicarpo), mesocarpo e endocarpo. Alguns frutos, como a banana (Musa spp) e
o abacaxi (Ananas comosus) podem formar-se sem fecundação prévia
e, portanto, nesse caso, não possuem sementes. São chamados frutos partenocárpicos.
Os
frutos podem ser classificados em:
·
FRUTOS
SIMPLES: derivados de um
único ovário de uma flor. Podem ser secos ou carnosos, uni a multicarpelares, deiscentes ou indeiscentes.
Frutos simples carnosos: possuem pericarpo suculento. Existem dois tipos,
a baga e a drupa.
Baga: 1 ou mais carpelos; 1 ou mais sementes livres.
Exs.: tomate, uva, laranja, abóbora.
Drupa: geralmente um só carpelo; 1 só semente,
concrescida com o endocarpo. Exs.: ameixa, azeitona,
pêssego.
Frutos
simples secos: possuem pericarpo
seco. Estão divididos em deiscentes e indeiscentes.
Deiscentes: abrem na maturidade. Podem ser:
a. Folículo: derivado de ovário 1-carpelar,
abre através de uma fenda longitudinal (esporinha; chichá).
b. Legume: derivado de ovário 1-carpelar, abre
através de 2 fendas longitudinais (leguminosas, como o feijão e a vagem).
c. Síliqua: derivado de ovário 2-carpelar. Na
abertura persiste um septo mediano (deiscência septífraga: couve, mostarda).
d. Esquizocarpo: derivado de gineceu
sincárpico multicarpelar, cujos carpelos separam-se inteiramente na maturidade
em mericarpos (frutículos) geralmente deiscentes, livres. Ex.: mamona (Ricinus
communis) e cenoura (Daucus carota).
e. Lomento: derivado de ovário unicarpelar,
fragmenta-se transversalmente em segmentos unisseminados. Ex.: carrapicho (Desmodium
spp).
f. Craspédio: derivado de ovário 1-carpelar,
fragmenta-se transversalmente em segmentos, mas após a queda desses, uma
armação formada pela nervura e sutura do carpelo permanece presa ao
receptáculo. Ex.: sensitiva (Mimosa pudica).
g. Cápsula: derivado de ovário 2 a
multicarpelar, possui diferentes modos de deiscência: g.1) septicida:
abre pela linha de união dos carpelos (azaléa); g.2) loculicida: abre
pelo meio de cada carpelo (algodão); g.3) pixidiária: abre por uma linha
transversal (castanha-do-Pará; sapucaia); g.4) poricida: abre através de poros
(papoula, quaresmeira).
Indeiscentes: Não abrem na maturidade.
Podem ser:
a. Aquênio: possui 1 semente, ligada à parede
do fruto num único ponto. Ex.: girassol (Helianthus annuus); não
apresenta cálice modificado em papus;
b. Cariopse: possui 1 semente, ligada à parede
do fruto em toda sua extensão (gramíneas - trigo, milho, arroz);
c. Sâmara: possui, em geral, 1 semente; a
parede do ovário apresenta expansões aliformes (várias leguminosas,
Sapindáceas, Malpiguiáceas);
d. Noz: geralmente 1 carpelo, 1 só semente
livre do endocarpo (noz-moscada).
·
PSEUDOFRUTOS: derivados de várias flores, do desenvolvimento de
outra parte que não o ovário etc. Podem ser de diversos tipos:
Frutos
Agregados: Derivados de muitos
ovários de uma única flor (gineceu apocárpico multicarpelar), mais ou menos
concrescidos. Exs.: morango, fruta-do-conde,
framboesa.
Frutos
Múltiplos: Formados por muitos
ovários amadurecidos, pertencentes à uma
inflorescência, que crescem juntos, formando uma infrutescência. Exs.: amora, abacaxi, figo.
Obs.:
frutos agregados e frutos múltiplos são um conjunto de frutos simples, que podem
ser identificados individualmente, de acordo com suas características. Os
frutos que não se originam do crescimento do ovário, mas derivam do
desenvolvimento de estruturas como o hipanto (maçã), bem como o conjunto de
frutos que forma os frutos múltiplos e os agregados, costumam ser chamados de
pseudofrutos simples.
SEMENTE
A
semente é o óvulo maduro fecundado e consta de 3 partes: o embrião, o
endosperma (às vezes ausente) e a casca (testa + tegumento).
Obs.:
não ocorrendo dupla fecundação nas Gimnnospermas, não há endosperma,
persistindo o macrogametófito como tecido de nutrição.
Funções
·
Proteção ao
embrião (contra insetos, microorganismos, dissecação, etc.).
·
Dispersão. Suas
características morfológicas, biológicas e bioquímicas desempenham importante
papel no sucesso da plântula. Podem apresentar grande diversidade estrutural;
as orquídeas apresentam sementes de 2.10-6 g, enquanto Mora oleifera
(Moraceae) possui sementes de até 103 g!
O
endosperma geralmente passa, em sua formação, da fase nuclear para a celular,
mas pode permanecer nuclear (coco). O endosperma é absorvido durante o
desenvolvimento.
As
sementes podem ser ALBUMINOSAS (endospermadas), quando o endosperma
persiste durante todo o desenvolvimento do embrião (Ricinus communis) ou
EXALBUMINOSAS (exospermadas), quando o endosperma é consumido no início
do desenvolvimento do embrião; nesse caso, as reservas vão para os cotilédones.
As
reservas podem ser amido (feijão), óleo (amendoim), proteína (soja), etc.
Partes
da semente
·
Carúncula:
estrutura carnosa existente em sementes de muitas Euphorbiaceae - atua na
dispersão (por ser adocicada, atrai formigas) e atua na germinação, por ser
higoscópica.
·
Arilo: Surge do
funículo (pedúnculo do óvulo) e envolve o óvulo parcial ou totalmente, após a
fecundação. Na semente madura, atrai dispersores.
·
Sarcotesta:
quando a testa da semente se torna pulposa e comestível (mamão,
ingá).
·
Hilo: cicatriz
deixada pelo funículo
·
Rafe: parte do
hilo que permanece unida ao tegumento, em óvulos anátropos (que se curvam).
·
Cicatriz da micrópila: visível ou não; deixada pela micrópila do óvulo.
Germinação
da semente
A
embebição é o primeiro passo para a germinação, com conseqüente aumento de
volume interno e rompimento do tegumento, permitindo o crescimento do embrião
para o meio exterior. A raiz primária penetra na terra, por geotropismo
positivo enquanto, no outro extremo, outro eixo se desenvolve, geralmente por
geotropismo negativo originando o caule e as folhas.