DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Tatyana Hala Brylynskyi*

O conceito de desenvolvimento sustentável baseia-se na conciliação da proteção ambiental, igualdade social e renda econômica, colocando os indivíduos integrados a produção, cidadania e consumo.
A nova modalidade de pensamento, oferece a população o acesso aos serviços da economia e a integração social, mobilizando os recursos para satisfazer as necessidades presentes, sem interferir nas gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
O ecoturismo, nova atividade econômica em desenvolvimento global, vem ao encontro de todos os conceitos elaborados, estudados e discutidos sobre o desenvolvimento sustentável. Uma modalidade que agrega o envolvimento sócio - econômico - cultural, capaz de conciliar a captação de renda, com envolvimento sócio - político estável, equilibrado, com mecanismos de distribuição de rendas, com mecanismos de distribuição de riquezas apto a gerar maior inclusão social e econômica, respeitando a fragilidade e a
interdependência dos ecossistemas e o uso sustentável dos recursos naturais, condição essencial das necessidades das gerações futuras.
A importância das Unidades de Conservação para o desenvolvimento sustentável da região a que pertencem, não são vislumbrada em primeiro momento devido ao desconhecimento das potencialidades existentes e identificadas. E tampouco compreendidas as necessidades de tais levantamentos.
Outro ponto que devemos ressaltar no segmento do Ecoturismo é, que se observamos com cuidado, todos os estudos necessários para a elaboração da estratégia do planejamento e da ação, teremos um Plano de Manejo minucioso, um EIA/RIMA - regional, também completo e uma Agenda 21 perfeita, ( Agenda 21, elaborada e aprovada na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento(RJ, 1992), composta por infra-estruturas multissetoriais - energia - água - agricultura - comunicações - transporte - entre outros, visa: a conservação do solo, recuperação de áreas degradadas, previnindo maiores impacto com o desenvolvimento racional das áreas naturais, rurais e urbanas - promovendo a ruptura do antigo padrão de crescimento econômico, tornando compatível ao desenvolvimento com as aspirações do desenvolvimento sustentável) , associada a Educação Ambiental em todos os segmentos de atividades econômicos e sociais. Tais são as necessidades para envolvermos uma Unidade de Conservação na atividade de Ecoturismo, na qual todos os pontos são essenciais para o sucesso real do negócio.
A necessidade de levantamentos e estudos por equipes multidisciplinares na área de ecoturismo, podem trazer um novo fluxo de pessoas e idéias que poderão ser utilizadas em e com aproveitamento da comunidade local, provendo de imediato a geração dos primeiros ganhos de riquezas para a região estudada.
O desenvolvimento social, as atividades de ecoturismo, agricultura orgânica, as atividades comerciais existentes, cursos promovidos através de instituições habilitadas, centros de pesquisa, trazem a conscientização da necessidade da integração social - política - econômica e ambiental, para o desenvolvimento da atividade do ecoturismo como uma nova fonte de divisas, um novo ramo de negócios e de desenvolvimento sócio - cultural , que resguarda a cultura tradicional como fonte de renda e a fragilidade dos ecossistemas envolvidos...
Nesse sentido as parcerias com a região, a que pertence a Unidade de Conservação, deve ser a pedra fundamental do processo de desenvolvimento, devido ao desconhecimento da comunidade do potencial da região, com potencialidades de utilização e aproveitamento dos recursos naturais.
Estas parcerias devem envolver, se for o caso, as empresas que estejam integradas com as comunidades mencionadas no entorno da Unidade de Conservação, ONGs, Associações, Fundações, etc., e Prefeituras, que desejem contribuir no desenvolvimento deste potencial natural no processo que será apontado pelos envolvidos no Levantamento, Análise e Diagnósticos na área de estudo.
Estas parcerias devem ser elencadas não só a nível nacional, mas, se possível a nível internacional com projetos apresentados através do grupo multidisciplinar e com aplicação prática e que vislumbre para a região, um novo filão de mercado baseado no incremento do turismo e também nas possibilidades de alavancagem do negócio, via parcerias, Desenvolvimento sustentável, significa explorar as riquezas existentes na Unidade de Conservação e seu entorno, da responsabilidade social e das futuras gerações, que devem ser as beneficiadas com futuras benfeitorias realizadas a médio e longo prazo ,compatíveis a região e que, desperte a comunidade local o interesse e o desejo de permanecer na região, tendo assegurado a satisfação de suas necessidades presentes e futuras.
Neste sentido , o treinamento da mão-de-obra local, da educação para a população, da infra-estrutura, saneamento, entre outros, é inevitável para o desenvolvimento sustentável. Cursos a nível fundamental, secundário e superior tornam-se necessários para o suporte a região, melhoria e qualificação da comunidade envolvida, diretamente e indiretamente.

A Indústria

A infra-estrutura requer uma coordenação de diversos setores, intimamente interligados para captar, articular coibir interações perversas e dar soluções comuns a problemas nos mais diversos segmentos envolvidos nas atividades do Ecoturismo, promovendo a formação de um banco de dados para o sistema de gestão de informações, o controle, a fiscalização e o uso mais adequado e sustentável dos recursos naturais com o envolvimento da sociedade urbana e rural.
No campo da infra-estrutura, o interesse maior é a promoção do desenvolvimento sustentável a longo prazo, com a criação de fundos de financiamentos em geral, capaz de suprir deficiências de recursos, para garantir a realização de projetos integrados com vistas ao atendimento dos objetivos do desenvolvimento do novo negócio e a sua manutenção, com fins de planejamento, gestão, controle, acompanhamento, monitoramento, fiscalização interligada aos diversos setores atuantes direta e indiretamente. Elaborar formas de planejamento para captar e produzir sinergias entre os setores atuantes.
Criar uma metodologia contendo formas de parcerias entre capitais públicos e privados, discutir o planejamento e reordenar as atividades contemplando a demanda das atividades Ecoturísticas ou limitando-as para conservar e preservar o ambiente natural, fonte de captação de recursos e desenvolvimento.
A dinâmica da infra-estrutura, para o ECOTURISMO, pode ser comparada a uma grande indústria, que dispõe de produtos de alto interesse público, de forma diferenciada e individual. Sua linha de produção está voltada a associação de vários segmentos produtivos, que não necessitam estar instaladas no mesmo espaço físico da indústria. Exemplo: a indústria automobilística dispõe de vários setores de produção até chegar ao produto final que no caso é o carro, encomendado pelo cliente por cor, conforto interno, modelo, acessórios, tipos de pneus, etc. Os componentes deste produto, o carro, não são produzido na sua totalidade no espaço físico da indústria, mas agregam a montagem final do produto. E no caso, a produção é considerada por encomenda aos vários setores
da fábrica e que no caso estes setores irão produzir, por exemplo só lanternas, a outra só fios elétricos, outra, só bancos e assim por diante; que no final encaminharão a fábrica para reunir as peças e entregar o produto final ao cliente.
O mesmo ocorre com o Ecoturismo. O produto é elaborado por encomenda, isto é, roteiros escolhidos, através das Agências Operadoras (pontos de vendas da fábrica), ou outras formas desenvolvidas pelo Marketing, adquirem o produto por um período pré-determinado; utilizarão os serviços de hotelaria, gastronomia, condutores, transportes, equipamentos, etc., conforme o seu roteiro. Utilizarão ainda, a infra-estrutura básica da região (hospitais, farmácias, saneamento, coleta de lixo, posto de saúde, telefonia, etc.) adequada e ecologicamente corretas, nos padrões exigidos para o ecoturismo e o perfil ambiental.
Como toda indústria, ela é composta de vários sócios proprietários, presidente, diretores, setores, operadores, etc. E comparativamente, ocorre o mesmo com a atividade do turismo ambiental.
Os sócios são compostos pela sociedade civil, governo e instituições não governamentais. Neste caso, os sócios dividem a presidência, mantendo a interligação de informações automatizadas e de acesso aos outros sócios quando necessários independentes de presença ou não. Cada gerente cuidará de um segmento da indústria e o gerente geral (Gestor Administrativo Ambiental), responsável maior pelo meio ambiente. É o sujeito que irá monitorar as atividades ambientais, gerenciar e fiscalizar o fiel cumprimento das leis e atividades produzidas pela grande indústria. No entanto cada Sócio, deterá um estrutura organizacional competente e treinada, com capacitações periódicas para aperfeiçoamento do seu corpo técnico, aumentando o diferencial da produção.
A Prefeitura, sócio , cabe a infra-estrutura urbana e rural através de suas Secretarias Municipais, tendo como umas prioridades do município controle do saneamento( ver anexo, modelos simplificados para utilização em áreas rurais ou ambientais) e destinação de resíduos (ver anexo, biodigestores para geração de energia nas áreas rurais), por tratar-se do cartão de visitas ao município, pois, um município sem saneamento e destinação de resíduos afugentam os consumidores, que proverão o desenvolvimento sustentável da região, além de interferir diretamente na qualidade de vida.
A sociedade civil, cabe a consciência e a responsabilidade de preservar e conservar o meio ambiente urbano, rural e ambiental, considerando que o produto está agregado a preservação e conservação, para atrair novos compradores/visitantes e adquirirem nova fonte de riquezas.
A instituições não governamentais, a oferta dos serviços necessários para as atividades do ecoturismo, obedecendo as legislações comerciais, governamentais e ambientais, e ao Gestor Administrativo Ambiental, que no caso é o responsável pela Unidade de Conservação, manter integrada a sociedade industrial para que juntos e harmonicamente interligados, mantenham a industria ativa no presente e futuro, através do desenvolvimento sustentável, participativo.
E a todos, disseminar a Educação Ambiental, multiplicadores da consciência ambiente, essência maior para toda a atividade industrial, como denominamos aqui, ou simplesmente o ECOTURISMO.

Tatyana Hala Brylynskyi* - Administradora c/ hab em Com Ext.,Pós-Graduada em ECOTURISMO e Mestrando em MKT e Gestão Empresarial - O texto acima é parte da monografia defendida na Pós-Graduação. Co-Coordenadora do Fórum Nacional da Proposta BECE -Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais - Curitiba - PR Bolsa
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Fonte: FONTE D'ÁGUA
http://www.ces.fau.edu/online
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