Toxinas causam deformação em peixes

da Folha de S.Paulo, no Rio

O consumo dos peixes do Paraíba do Sul representa perigo para a vida humana. Por dia, são jogados no rio, praticamente sem tratamento, 1 bilhão de litros de esgoto sanitário e sete toneladas de rejeitos
industriais.

Relatório sobre desenvolvimento humano preparado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e divulgado em abril informa que a poluição no Paraíba do Sul é tanta que já foram encontrados peixes com deformações provocadas por substâncias tóxicas.

A bacia do rio é uma das três mais importantes do país. As outras são as dos rios São Francisco e Paraná.

Cerca de 13 milhões de pessoas consomem a água do Paraíba do Sul e de seus afluentes: 8 milhões na região metropolitana do Rio e 5 milhões em 175 municípios de São Paulo, Rio e Minas Gerais localizados nas margens ou nas imediações.

A contaminação do Paraíba do Sul por metais pesados foi constatada em pesquisas ambientais. O maior agente poluidor é a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), instalada em Volta Redonda (130 km do Rio, na região do médio Paraíba).

De acordo com o Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, a Companhia Siderúrgica Nacional despeja por dia, no rio, cerca de 18 toneladas de dejetos orgânicos e industriais.

Redução
A poluição originária da CSN tem diminuído, avalia o comitê. O governo estadual firmou com a companhia, no ano passado, acordo que prevê a adoção de providências, como a construção de uma estação de tratamento dos rejeitos industriais. Segundo o governo, a CSN vem cumprindo as exigências ambientais.

Formado por 57 representantes de São Paulo, Rio e Minas e três da União, o comitê funciona desde 1997. Foi criado por decreto federal de 1996. Uma de suas atribuições é planejar a recuperação ambiental da bacia do Paraíba do Sul.

A situação do rio é mais crítica no Estado do Rio. Em São Paulo, 13 municípios já têm estações de tratamento, o que causou a redução de 25% na poluição no trecho paulista do Paraíba do Sul.