ALGAS PODEM ABSORVER METAIS PESADOS
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Fundação Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco (ITEP) desenvolveram pesquisa que utiliza algas como meio de absorção de chumbo, zinco e ferro, substâncias poluentes altamente tóxicas encontradas no mar e em rios.
O projeto, tema da dissertação de doutorado de Marta Duarte da UFPE, utilizou 11 espécies de algas arribadas (aquelas que chegam às praias, através das ondas) que eram secadas e expostas a tanques que simulavam um típico efluente da indústria de baterias, ou seja, água com concentrações específicas de chumbo, zinco ou ferro. As análises indicaram que as algas podem remover até 99% do chumbo, 37% de zinco e 80% de ferro.
Metais pesados, como o chumbo, são poluentes despejados nos rios ou no mar por fábricas durante o processo de manufatura de baterias. Trata-se de um elemento químico sem qualquer função biológica e altamente tóxicos para os organismos, já que inibe muitas reações de quebras bioquímicas que envolvem as enzimas (proteínas que aceleram estas reações), mesmo quanto presente em baixas concentrações.
Métodos tradicionais (como filtração, precipitação e oxidação/redução) para a retirada destes poluentes são dispendiosas e muitas vezes ineficiêntes. Por isso vem crescendo o interesse na utilização de métodos economicamente promissores e que sejam ecologicamente corretos.
Segundo o químico Benício de Barros Neto, responsável pela aná;lise dos dados e planejamento dos experimentos, não se trata de um método inédito, mas a novidade está na utilização de algas que são consideradas como lixo e que podem trazer um enorme benefício na despoluição de ambientes aquáticos, já que são abundantes, baratas e de ocorrência natural.
A pesquisa recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) e CNPq, e foi publicada no Journal of the Brazilian Chemical Society online (vol.12, no.4, 499-506,2001) http://www.sbq.org.br/jbcs/2001/last_issue/