03/09/2004
O encalhe de baleias no litoral brasileiro será cada vez mais comum nos próximos anos. O alerta é feito pelo Instituto Baleia Jubarte e pelo Projeto Baleia Franca e a principal causa conhecida do fenômeno é boa notícia: a população dessas duas espécies, as mais comuns da costa brasileira, está crescendo.
No mês passado, três baleias encalharam só no Estado do Rio de Janeiro. O Instituto Baleia Jubarte registrou também neste ano o encalhe de outras três no litoral nordestino. Já o Projeto Baleia Franca teve notícia de um encalhe da espécie na região Sul.
"A população de baleias jubartes tem crescido num ritmo de 11,5% ao ano em todo o mundo. No Brasil, estimamos em 8% esse percentual. A recuperação é visível e é de esperar que aumente o número de animais encalhados no litoral brasileiro", explica a bióloga Márcia Engel, diretora do instituto.
A bióloga Karina Groch, coordenadora científica do Projeto Baleia Franca, estima em 14% o ritmo de crescimento anual dessa espécie no Brasil. "Nós últimos dois anos, a gente vem observando nos sobrevôos de identificação quase o triplo de baleias que observávamos antes", afirma.
Os dois institutos citam como causa para o aumento dessas duas espécies a proibição da caça e o aumento da conscientização. A rota mais comum de baleias no Brasil é a migração da Antártida para o Nordeste ou para o Sul durante o inverno, para a reprodução.
Apesar dessa boa notícia, os biólogos alertam para o fato de que a população de baleias ainda está longe dos níveis que são estimados antes do início da pesca predatória, principalmente no século 20. Além disso, afirmam que é preciso estudar melhor as causas do encalhe e estar preparado para agir nesses casos.
"O ideal seria investigar sempre a causa disso. Pode ser tanto um animal que ficou enfraquecido por razões naturais e acaba levado para o litoral ou um acidente com uma rede de pesca ou um barco", diz Bernadete Fragoso, bióloga da Uerj - Universidade do Estado do Rio de Janeiro e do Museu Nacional.
Uma das possíveis causas, que precisa ser melhor investigada, é a prospecção de petróleo por meio de sons, que podem atrapalhar a orientação das baleias. No Rio, após a tentativa frustada de salvar uma jubarte, biólogos, bombeiros e o Ibama se reuniram para discutir formas de se preparar para a situação. (Folha Online)
10/08/2004
A baleia jubarte que encalhou na Praia do Forte Imbuí, em Niterói, morreu na tarde desta terça-feira pouco depois de mais uma tentativa do Corpo de Bombeiros de desencalhá-la da arrebentação.
Segundo análise preliminar da bióloga Bernadete Fragoso, o animal morreu porque ficou algum tempo de cabeça para baixo. Especialistas presentes no local ainda não sabem o que será feito com a carcaça da jubarte.
A baleia encalhou no início da tarde de domingo. Dois bombeiros ficaram feridos na operação, quando a baleia sacudiu a cauda. Os bombeiros seguravam os cabos do rebocador usado para devolvê-la ao mar.
O cabo Jaconiagi quebrou o braço, com a força da corda. O sargento Kleber ficou com dedos feridos. A última tentativa de resgate começou por volta de meio-dia, depois de a baleia ser envolvida por uma rede para facilitar sua locomoção.
Em outro momento crítico da operação, a jubarte se virou de barriga para cima, causando extrema comoção na praia pelo risco de morrer, o que acabou acontecendo depois. Logo em seguida, mudou de posição e a operação foi reiniciada. No entanto, um dos dois cabos usados no rebocador cedido pela Petrobras arrebentou.
Houve seis tentativas de deslocamento da baleia. Os bombeiros chegaram a usar um rebocador da Petrobras, com dois cabos ao invés de um para evitar comprometimento na coluna do animal.
De acordo com os biólogos, as chances de o animal sobreviverem eram pequenas já que, nestas condições, a temperatura do corpo da baleia aumenta e seu peso dificulta o funcionamento dos órgãos vitais.
Mais de cem pessoas participaram das tentativas de resgate feitas na segunda-feira, incluindo biólogos, bombeiros e oceonógrafos. No início da noite de segunda-feira, quando as operações foram suspensas, a baleia já estava cansada de se debater e sangrava um pouco. (RJ TV / Globo.com)
08/08/2004
Uma baleia jubarte passou o dia encalhada na praia de Jurujuba, em Niterói, região metropolitana do Rio. Dois rebocadores estão sendo usados para tentar devolver ao mar o animal, de 15 metros de comprimento. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro coordena a operação de resgate.
No início da manhã de domingo, a baleia já estava encalhada na praia, perto do Forte de Imbuí. Durante todo o dia, os bombeiros tentaram desencalhar a baleia. O trabalho foi dificultado pela falta de equipamentos da corporação para levar o mamífero de volta ao mar. (Radiobras)