Governo vai financiar
quem concluiu ensino médio e busca escola técnica
Fonte:
Jornal O Estado de São Paulo (15/02/2011)
Por: Lisandra Paraguassu
Como a lei
diz que o governo federal só pode oferecer o Financiamento Estudantil (FIES) a
escolas bem avaliadas, MEC prepara instrumento para analisar ensino técnico
privado. Seria uma avaliação in loco e não uma prova, como ocorre com ENEM e ENADE
O governo
federal quer conceder financiamento aos trabalhadores que pretendem voltar a
estudar. Uma das ações do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), recém-anunciado pela presidente Dilma Rousseff, será instituir o
Financiamento Estudantil (FIES) específico para quem terminou o ensino médio,
mas quer fazer curso técnico.
O novo FIES trará um efeito colateral positivo: como por lei o governo só pode
financiar mensalidades de escolas com boa avaliação, o Ministério daEDUCAÇÃO (MEC) prepara, pela primeira vez, um instrumento
de avaliação do ensino técnico privado.
O financiamento
tem como alvo pessoas que já terminaram os estudos, mas querem fazer uma
qualificação técnica. A legislação atual permite o ensino técnico subsequente - ou seja, realizado após o ensino médio - desde
que o curso tenha pelo menos 160 horas de duração.
Atualmente,
a maior parte das vagas em ESCOLAS TÉCNICAS do País é pública, seja estadual ou
federal. Ainda assim, existem 2.537 instituições privadas que oferecem 47% das
matrículas existentes, o equivalente a 544,6 mil vagas.
O acesso às
escolas públicas costuma ser quase tão disputado quanto uma
vaga em uma universidade federal. Além disso, a maior parte delas é integrada
ao ensino médio. A intenção do ministério, com o novo FIES,
é permitir que os trabalhadores que estão no mercado consigam uma qualificação
profissional de razoável qualidade, mesmo que o governo pague por isso.
Os juros do novo FIES - tanto para o ensino superior como para o técnico - baixaram.
São, desde o início de 2011, de 3,4% ao ano. Esse era o índice para os cursos
de licenciatura, enquanto para os demais os juros alcançavam 6% ao ano. O
governo também extinguiu a necessidade de fiador para quem ganha até 1,5 salário
mínimo, o que transforma o FIES quase em uma bolsa
paga pelo governo.
A questão
que não está totalmente resolvida é a da qualidade. A lei do FIES exige que
apenas escolas com boa estrutura e bons resultados possam fazer parte do FIES. No
ensino superior, usa-se o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (ENADE). No
ensino técnico, a avaliação está sendo criada.
"Por
serem escolas de nível médio, elas são ligadas aos conselhos estaduais de EDUCAÇÃO.
Não tínhamos poder sobre essas instituições privadas", diz o secretário de
Ensino Técnico do MEC, Eliezer Pacheco. "Agora,
acredito que a maior parte delas vai querer participar do FIES, o que nos abre
a porta para a avaliação."
O secretário
explica que a intenção não é fazer uma prova, como o ENADE ou o ENEM, mas um
instrumento de avaliação com visitas in loco - o que já é feito no ensino
superior, como parte da avaliação. "Estamos finalizando um instrumento de
avaliação e veremos se a escola tem oficinas, bibliotecas, qual a formação dos
professores. São quesitos como esses que usaremos para avaliar a instituição",
disse ao Estado. É um processo demorado. Com isso, pode-se prever que, ao menos
no início, o FIES vai funcionar com poucas vagas.
PARA
LEMBRAR
Para
financiar o ensino médio integral e o profissionalizante, o MEC quer usar uma dívida
de R$ 3,3 bilhões que o Sistema S (Sesc, Sesi e Senai, entre outros) tem com o
governo federal. O maior obstáculo é que a Confederação Nacional das Indústrias
(CNI), que coordena o Sistema S, não reconhece a dívida.
A origem
da dívida é o salário-EDUCAÇÃO, um tributo de 2% sobre a folha de pagamento das
empresas cobrado para financiar ações de EDUCAÇÃO, que é dividido entre o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da EDUCAÇÃO (FNDE), Estados, municípios e Sistema S.
Em 2000,
houve mudança na forma de cobrança. Anos depois, o governo descobriu que havia
transferido verbas a mais para o Sistema S.
Profissionalização
em foco
Veículo: Correio
do Povo – RS
Data: 15/02/2011
Boa formação
de recursos humanos, oferta de Ensino Profissional e qualificação são metas do MEC
O aumento
dos investimentos públicos em EDUCAÇÃO, como forma de combater a inflação, foi
defendido ontem pelo ministro da EDUCAÇÃO, FernandoHADDAD. A afirmação foi feita na posse da
nova diretoria do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de EDUCAÇÃO
Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), em
Brasília.
Segundo
HADDAD, a estabilidade dos preços depende de uma agenda educacional capaz de
formar recursos humanos. "Se não ampliarmos a oferta de pessoal
qualificado, essa falta acarretará em aumento no preço dos serviços em geral." Para ele, a EDUCAÇÃO Profissional é fundamental para
suprir a falta de mão de obra qualificada no país. Até o primeiro semestre de 2012,
informou, serão inauguradas 81 escolas de EDUCAÇÃO Profissional.
Na posse
do reitor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Cláudio Ricardo Gomes de Lima,
como presidente do Conif, o ministro destacou a
importância do Programa Nacional de Acesso à ESCOLA TÉCNICA (Pronatec). "O programa replica, no âmbito da EDUCAÇÃO
Profissional, a agenda criada para ampliar o acesso à EDUCAÇÃO Superior",
declarou HADDAD, referindo-se a programas promovidos pelo MEC.
A ideia é aumentar o número de formandos da EDUCAÇÃO
Profissional, a exemplo do que foi feito com a EDUCAÇÃO Superior. Entre 1999 e 2009,
o número de estudantes formados em cursos Superiores teve uma alta de 195%, de
acordo com o Censo da EDUCAÇÃO Superior de 2009. "Queremos mais
profissionais para expandir o Ensino com qualidade", reforçou Cláudio
Lima, ao assumir o Conif, entidade que congrega 42
instituições integrantes da rede federal.
Pesquisas
promovidas, tanto pelo MEC quanto pela iniciativa privada, revelam a falta de
profissionais qualificados e a alta empregabilidade
de pessoas com formação profissional - os técnicos de nível médio formados
pelas escolas da Rede Federal de EDUCAÇÃO Profissional, Científica e Tecnológica,
por exemplo, têm 72% de empregabilidade.
Outro
estudo, "A EDUCAÇÃO Profissional e Você no Mercado de Trabalho",
realizado pela Fundação Getúlio Vargas, revela que ter uma formação
profissional aumenta em 48% as chances de uma pessoa em idade ativa ingressar
no mercado de trabalho.
Dilma
anuncia Fies para escolas técnicas
Veículo: Tribuna
do Brasil
Data: 15/02/2011
A
presidente Dilma Rousseff
disse em seu programa semanal "Café com a Presidenta" nessa segunda-feira
(14) "que não é por falta de opção que você não vai ter acesso à universidade",
ao falar sobre o Novo Financiamento Estudantil (Novo FIES), lançado no final do
ano pelo ex-presidente Lula. Ela anunciou ainda que o Programa Nacional de
Acesso à ESCOLA TÉCNICA (Pronatec) será lançado em
março e o estudante poderá usar recursos do NovoFIES para fazer cursos em ESCOLAS TÉCNICAS
particulares.
Atualmente,
o FIES contempla apenas estudantes matriculados em cursos de graduação pagos
que tenham obtido avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da EDUCAÇÃO
Superior (Sinaes) e que sejam oferecidos por instituição
participante do programa. O estudante deve ter feito oENEM para poder participar.
Dilma
ressaltou que o Novo FIES terá uma taxa de juros de 3,4%
ao ano (esta é a taxa que já vigorava no FIES desde março de 2010). A
presidente também salientou que os estudantes terão facilidade de começar a
pagar o financiamento um ano e meio após formação no ensino superior.
"Nesse
ano e meio depois de formado você vai ter tempo de procurar um emprego e,
dependendo do curso que você escolheu, esse pagamento pode ser feito em até 20
anos", destacou Dilma. A presidente disse ainda
que quem após se formar começar a dar aulas em escolas públicas, terá a dívida
reduzida em 1% a cada mês de exercício profissional. "Outra coisa
importante: antes, se você tivesse renda de até um e meio salário mínimo, você precisava
de um fiador para conseguir um empréstimo. Agora não, o próprio governo é seu
fiador."
PROUNI
O lançamento
do Pronatec (Programa Nacional de Acesso à ESCOLA TÉCNICA)
também foi tratado no programa matinal da presidente. Segundo Dilma, o Pronatec, que começará a
vigorar em março, deverá "ampliar o caminho de acesso à EDUCAÇÃO
profissional para os jovens do Ensino Médio e para os trabalhadores brasileiros
sem formação profissional".
O
objetivo, segundo Dilma, é de que "o jovem
conclua o Ensino Médio mais bem preparado, com diploma de curso técnico debaixo
do braço". "O novoFIES,
por exemplo, estará dentro do Pronatec e, assim, também
o estudante do Ensino Médio vai poder ter seu financiamento para estudar em
ESCOLAS TÉCNICAS privadas", destacou a presidente.
Dilma
disse ainda que o governo estuda maneiras de ampliar o acesso de estudantes ao
ensino médio em tempo integral ."Em um turno, o
aluno faz o curso tradicional; no outro, vai aprender uma profissão, vai ter
também acesso à cultura e ao esporte", disse.
Fies do
Ensino Médio sai em março
Veículo: Coletivo
- DF
Data: 14/02/2011
O Programa
Nacional de Acesso à ESCOLA TÉCNICA (Pronatec) será lançado
em março, de acordo com anúncio feito pela presidenta Dilma
Rousseff. Em seu programa semanal Café com a
Presidenta, ela afirmou que a ideia é ampliar o
caminho de acesso à EDUCAÇÃO profissional para jovens do Ensino Médio e para
trabalhadores sem formação. O Pronatec, segundo
explicou Dilma, será composto por um conjunto de ações
voltadas para quem deseja fazer um curso técnico mas não
tem como pagar. Será um programa de bolsas e também de financiamento estudantil.
O novo Programa de Financiamento Estudantil (FIES), de acordo com a presidenta,
vai fazer parte do Pronatec. "Assim, também o
estudante do Ensino Médio vai poder ter seu financiamento para estudar em
ESCOLAS TÉCNICAS privadas", explicou. (Agência Brasil).
Ensino médio
Inovador e integrado ao técnico
Veículo: A
Notícia – SC
Data: 14/02/2011
Sistema de
ensino de Joinville testa propostas do Ministério da EDUCAÇÃO na tentativa de
renovar uma das áreas de ensino que mais registra desistência de alunosO ano letivo começou há uma
semana na rede pública, mas uma discussão sobre o novo modelo de ensino médio
promete ser uma das principais pautas do ano na EDUCAÇÃO.
Em
Joinville, há pelo menos dois modelos sendo testados: um no Cedup
e outro em duas escolas da rede estadual - o Brasil Profissionalizante e o
Ensino Médio Inovador, criados pelo Ministério da EDUCAÇÃO (MEC).
As mudanças
no currículo e no modelo do ensino médio têm um objetivo: evitar os altos índices
de evasão escolar entre os adolescentes. Na maior cidade do Estado, por
exemplo, 5,86% dos jovens entre 15 e 17 anos saíram da escola em 2008. Em
alguns bairros, como no Vila Nova, o número está acima
dos 15%. Na mesma faixa de idade, a taxa de adolescentes que abandonou
definitivamente os estudos naquele ano também era alta: 18,85%.
Para
contornar esses números, é meta dos governos federal e estadual apostar em um
ensino diferente. No começo do ano, o ministro FernandoHADDAD anunciou que o ensino médio integrado
com o profissionalizante é uma das grandes esperanças da equipe de
especialistas do MEC.
A ideia de o aluno cursar o ensino médio em um turno e fazer
o ensino técnico em outro requer formação de professores, parcerias com
governos e prefeituras e altos investimentos em infraestrutura
nas escolas.
Na região
Norte, um modelo parecido foi implantado no ano passado em São Francisco do Sul
e em Itapoá. Neste ano, começará a funcionar no Cedup,
em duas turmas: técnico em marketing e técnico em qualidade.
O ministro
da EDUCAÇÃO, Fernando HADDAD, já apresentou um projeto à presidente Dilma Rousseff, que deu sinal
verde para encaminhar a proposta à equipe econômica. Na avaliação do ministro,
mesmo com a ampliação do número de ESCOLAS TÉCNICAS federais no governo Lula, o
avanço é pequeno na integração do ensino médio com o técnico. "O ensino médio
precisa de uma injeção de ânimo muito forte", afirmou.
Ainda não
há definição de custo estimado nem como seria a aplicação da medida. HADDAD
disse que, além das 354 ESCOLAS TÉCNICAS federais, poderiam participar do
projeto mais 500 escolas do Sistema S (Senac, Senai, Sesc etc) e mais 500 do
Programa Brasil Profissionalizado (
O ensino técnico
é restrito no País, porque faltam vagas. Enquanto 8,3 milhões cursam o ensino médio, 861 mil fazem o profissionalizante, o
equivalente a 10,3%. Dos que estão no nível técnico, 60% começaram depois de
terminar o médio.
Para
alterar o quadro, o governo terá um desafio pela frente. Em média, cada escola
federal oferece 1,2 mil vagas, número insuficiente para atender à demanda. Em
algumas unidades, a concorrência é muito acirrada. No Estado, são 1,6 mil
estudantes matriculados no ensino médio integrado do Instituto Federal de Santa
Catarina (IF-SC), que oferece 422 vagas nesse modelo. No último processo
seletivo, o curso mais concorrido foi o de edificações - 15,53 candidatos para
cada uma das 32 vagas oferecidas.
Preparação
para o mercado
A partir
deste ano, Joinville vai ganhar dois cursos de ensino médio integrado ao ensino
profissional. As aulas dos cursos técnico em marketing e técnico
em qualidade serão oferecidas no Cedup, mas
ainda não está definido se irão começar no primeiro ou no segundo semestre. Serão
cerca de cem vagas.
Segundo a
consultora educacional da gerência regional de EDUCAÇÃO, Angela
Cristina da Silva, um modelo parecido foi implantado em Itapoá e em São
Francisco do Sul no ano passado, quando duas escolas passaram a formar técnicos
em logística portuária e em comércio. "Os cursos foram discutidos com a própria
comunidade, levando em conta o mercado", reforça a consultora.
O ensino médio
integrado tem quatro anos de duração. A proposta é aliar as disciplinas do currículo
convencional (como português e matemática, por exemplo) ao ensino específico
voltado para a profissão. "Com isso, estamos dando uma oportunidade para
que as pessoas saiam com uma qualificação para o mercado de trabalho."
A
iniciativa faz parte do Programa Brasil Profissionalizado, criado pelo MEC.
Escolas técnicas
ganham grande proporção nas ações do governo
Veículo: Correio
Braziliense
Data: 12/02/2011
O primeiro
pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na televisão e no rádio teve uma motivação, o início
do calendário escolar, e várias declarações vinculadas à política educacional. Uma
delas foi o anúncio do Programa Nacional de Acesso à ESCOLA TÉCNICA (Pronatec). Enquanto no discurso o programa foi apenas
citado - e de forma breve -, o trabalho diante dos componentes do Pronatec vem ganhando grande proporção nas ações do Ministério
daEDUCAÇÃO (MEC), no início
do governo Dilma. Para colocá-lo em prática, o ministério
espera firmar parceria com complexos de EDUCAÇÃO profissional que integram o
Sistema S, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O Pronatec deverá ser lançado até o fim de março, com
expectativas tanto para o MEC quanto para parceiros. O ministério tem a
expectativa de que o programa apresente o potencial de oferta de 1 milhão de vagas de ensino profissional. Já a Confederação
Nacional da Indústria (CNI), que gerencia o Senai, trabalha com a estrita
vinculação às demandas industriais e não abre mão desse foco para atender políticas
de governo.
O Pronatec ainda está em construção, mas o MEC já trabalha em
três frentes. Uma delas é a criação de um fundo de financiamento, nos moldes do
FIES, voltado para instituições privadas de cursos técnicos de nível médio - são
cerca de 2.400 no país. Outra é a antecipação de receita do BNDES para o
Sistema S. O banco repassaria R$ 40 bilhões que seriam utilizados para
construir e equipar escolas do sistema.
Sistema S
no ensino médio
Veículo: O
Globo
Data: 09/02/2011
Objetivo é
ampliar número de vagas
BRASÍLIA. O
pacote para ampliar a oferta de ensino médio associado ao ensino técnico, em
estudo no MEC, prevê a concessão de uma linha de crédito de até R$40 bilhões do BNDES para construir, reformar e equipar
ESCOLAS TÉCNICAS do Sistema S, que reúne entidades como o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
A ideia, que precisa do aval da área econômica, é oferecer o
dinheiro na forma de antecipação de receita. Assim, o Sistema S quitaria o
financiamento com parte da receita do salário-EDUCAÇÃO, contribuição que é paga
pelas empresas, arrecadada pelo governo federal e repassada ao setor. O teto de
R$40 bilhões foi sugerido pela presidente Dilma Rousseff, que considera a expansão do ensino médio, associado ao técnico, uma
prioridade.
O MEC
estuda cobrar dívida do Sistema S, estimada em R$3 bilhões, decorrente de falhas na redistribuição de
recursos do salário-EDUCAÇÃO, entre 1999 e 2004. Ontem, o ministro Fernando
HADDAD se reuniu com donos de instituições privadas de ensino superior. O
objetivo é ampliar o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES). HADDAD
quer que as instituições corram atrás dos alunos que tentaram, sem sucesso,
bolsa em cursos de licenciatura no PROUNI. A ideia é convencê-los
a ingressar no FIES.
Para CNI,
dívida que governo reclama é impossível de calcular
Veículo: O
Estado de S. Paulo
Data: 09/02/2011
Ministério
da EDUCAÇÃO contava com R$ 3,3 bi de repasses do
Sistema S para bancar ampliação de ensino médio
Lisandra
Paraguassu - O Estado de S.Paulo
Os
recursos com que o Ministério da EDUCAÇÃO (MEC) conta para
ampliar o ensino médio podem não ser tão simples de serem encontrados
quanto o governo imaginava. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), que
supostamente deveria R$ 3 bilhões em dinheiro
repassado a mais entre 1999 e 2004 para o Sistema S (que congrega entidades
como Sesc e Sesi), não só nega a dívida como afirma que é praticamente impossível
definir qual seria a base para calcular o quanto teria recebido a mais.
"Para
existir essa dívida é preciso que haja um valor reconhecido líquido e certo, e
isso não existe. Ninguém é capaz de responder essa questão", afirma Rafael
Lucchesi, diretor de EDUCAÇÃO e tecnologia da CNI.
O problema da dívida do Sistema S com a União começou em 1999, quando o INSS decidiu
reunir em apenas uma guia de pagamento vários tributos recolhidos das empresas
que davam origem, entre outros, ao salário-EDUCAÇÃO, do MEC, e os valores de
contribuições para o Sistema S.
Como na
guia de pagamento não vinha mais determinado o que era cada um dos pagamentos,
o instituto fez uma média dos anos anteriores e dividiu o bolo arrecadado entre
todos os grupos beneficiados. Essa divisão provisória deveria durar seis meses -
vigorou por cinco anos.
Apenas em
dezembro de 2004, os vários beneficiados e o INSS acertaram nova divisão. Com
isso, o salário-EDUCAÇÃO passou a representar 42,5% do bolo arrecadado, e não 33%
como antes. A diferença teria ido parar no Sistema S. Para chegar ao valor, o
INSS considerou que o MEC recebeu 9,5 pontos percentuais a menos do que deveria
entre 1999 e 2004, quando vigorou a divisão "provisória".
Cursos
tecnológicos são tendência de ensino superior
Veículo: Portal
Terra
Data: 04/02/2011
Ao contrário
do que possa parecer, os cursos tecnológicos em nada se assemelham aos cursos técnicos.
Por lei, o estudo é de nível superior e em 3 anos promete formar especialistas
de diversas áreas. Atualmente, esse tipo de ensino é o que mais cresce no país,
provando já ser uma tendência nacional de formação.
De acordo
com dados divulgados pelo Censo Superior de Educação 2009, o aumento de matrículas
para esse tipo de graduação foi de 26,1% comparado ao ano de 2008, que contava
com 539 mil matrículas. Além disso, desde 2001, os cursos tecnológicos têm
conquistado um espaço antes dominado pelo bacharelado. De 69 mil matriculados
para formação de tecnólogo, no ano de 2001, os números aumentaram para os
atuais 680 mil, representando um aumento de 985%. Em contrapartida, no mesmo
período o aumento foi de 186% para estudantes de bacharelado.
Para o
secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer
Pacheco, a procura por cursos tecnológicos de nível superior não é somente uma
tendência nacional, mas acima de tudo uma necessidade do mercado de trabalho.
"O rápido desenvolvimento do Brasil exige profissionais com formação mais
focada e, acima de tudo, rápida. Não se pode mais esperar de
Pacheco
afirmou ainda que os tecnólogos não são menos preparados que os bacharéis, e
sim mais focados. "Um aluno que faz bacharelado em Engenharia Civil , por exemplo, passa 4 anos estudando teorias e áreas
da ciência que ele não vai usar na profissão. Já o tecnólogo, com formação em
construção de estrada, passa 3 anos com o estudo focado somente nisso. Ao ir
para o mercado de trabalho nessa área, o tecnólogo vai acabar tendo um
conhecimento muito mais aprofundando na construção de pontes que o engenheiro
civil".
Nícollas
Silva, 20 anos, completou o Ensino Médio em 2008 e iniciou o curso de Ciência
da Computação na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec).
"Gosto do ensino pelo foco e pela boa qualidade das aulas. Mas admito que
agora estou em dúvida entre o curso e o bacharelado. Meu maior medo é me formar
tecnólogo e depois decidir que é preciso fazer faculdade, pela possível não
aceitação no mercado. Eu chegaria aos 29 anos sem ter alcançado minhas metas",
disse.
Fabiano Caxito, professor especialista em tecnologia, afirmou que os anseios de Nícollas fazem sentido,
pois não são todos os nichos que aceitam bem os tecnólogos. Para se aprofundar
mais no tema, o professor realizou uma pesquisa em 350 empresas de São Paulo
para investigar a aceitação dos cursos no mercado de trabalho. Segundo
constatou, 48,73% das empresas aceitam o tecnólogo da mesma forma que o
bacharel, 11,83% não aceitam e 38,87% dizem depender. Esse "depende", como observou o especialista, pode estar ligado a
dois fatores: experiência profissional do candidato, que chega a aumentar 72,1%
de aceitação; e pós-graduação no currículo, que sobe para 64,5% de aprovação
por parte dos empregadores.
Apesar das
estatísticas favoráveis, Caxito salientou que ainda não
se pode afirmar que os cursos tecnológicos são plenamente aceitos. "Em
algumas áreas, como a de gestão, os conselhos profissionais - em especial o de
Administração - limitam a atuação do tecnólogo. Na área de engenharia e
arquitetura, os conselhos reconhecem o tecnólogo e definem as atividades que
podem ser exercidas. Já em tecnologia da informação, hotelaria, turismo e culinária
os formandos são plenamente reconhecidos e até disputados pelo mercado de
trabalho. O mesmo acontece com os cursos voltados à indústria e a produção".
Caxito
acredita que com o aumento anual do número de matrículas em cursos tecnológicos,
o mercado vai precisar se adaptar cada vez mais a nova tendência de formação
profissional. "Gradativamente, com a elevação do número de formados e com
um maior conhecimento do real significado dos cursos tecnológicos, as áreas
profissionais vão aceitando mais facilmente. Em geral, empresas que buscam
competências específicas são mais abertas aos graduados nesses cursos",
disse.