WASHINGTON. Dois estudos publicados na última edição da revista científica "Science" destacaram a fragilidade dos ecossistemas da Antártica. Um dos estudos revelou a existência de um grupo de microorganismos capaz de se adaptar para sobreviver numa temperatura de 20 graus Celsius negativos. Uma outra pesquisa, porém, mostrou que a elevação de apenas um grau na temperatura é suficiente para desequilibrar o ecossistema de lagos.
A pesquisa sobre os lagos, realizada por canadenses e britânicos, indicou uma mudança nos ecossistemas da Ilha de Signy devido ao aquecimento da água em 1,3 grau Celsius, entre 1980 e 1995. A mudança reduziu o tempo em que os lagos permanecem congelados, permitindo que suas águas absorvam mais energia solar. Com isso, aumentaram os nutrientes e o plâncton nos lagos.
O outro trabalho, de cientistas da Alemanha e da Grã-Bretanha, descreveu um grupo de bactérias, plantas e animais microscópicos que desenvolveram adaptações para sobreviver nos mares gelados, enfrentando situações que não são suportadas por outros organismos, como temperaturas baixíssimas, alta salinidade e pouca luz.