02/10/2001 - ONU RECOMENDA REDUÇÃO IMEDIATA DE EMISSÕES DE GASES CAUSADORES DO EFEITO ESTUFA

Informe sobre o clima, elaborado por especialistas da ONU, divulgado esta semana em Londres, destaca a necessidade de se reduzir a uma "pequena fração de seu nível de 1990" as emissões de gases com efeito estufa em todos os países, não só nos desenvolvidos como exige o protocolo de Kyoto.

Assinado pelo GIEC-Grupo Intergovernamental sobre a Evolução do Clima ele resume os dados de três informes parciais elaborados no início do ano.

Segundo o documento, mesmo que tal redução seja feita "em algumas décadas", a temperatura seguirá aumentando durante um ou vários séculos com as conseqüentes catástrofes em potencial. Além disso, o nível do mar ainda subiria "durante milênios".

De acordo com os especialistas, "uma estabilização das concentrações de CO2 na atmosfera a 450 partes por milhão (ppm), 650 milhões ou 1 bilhão de partes (frente as 368 ppm em 2000), necessitaria de uma redução das emissões mundiais de CO2 para abaixo de seu nível de 1990, em uma década, um século aproximadamente e dois séculos, respectivamente. Essas emissões devem continuar a diminuir constantemente para alcançar uma pequena fração do nível atual".

Além disso, as reduções das emissões de gases com efeito estufa (sobretudo o principal, CO2 ou gás carbônico), inclusive uma estabilização a um nível abaixo de suas concentrações na atmosfera, não impediriam a mudança climática ou o aumento do nível do mar, nem seus impactos, acrescenta o documento.

O norte-americano, Robert Watson, presidente do grupo de especialistas das Nações Unidas encarregados do clima, declarou que caso não seja contido, o aumento da temperatura (comparado a 1990), ficará entre 1,5 graus centígrados e 4,8 graus centígrados a partir de 2100 e o aumento do nível do mar entre 9 cm e 88 cm.

Atualmente, os cientistas pretendem salvar o que for possível para as futuras gerações, já que "qualquer coisa que se faça agora não terá efeitos imediatos, mas sim conseqüências consideráveis posteriormente", comentou o especialista.

"Deve-se questionar se é possível estabilizar a concentração (dos gases com efeito estufa na atmosfera), com reduções de emissões limitadas aos países desenvolvidos. A resposta é claramente não", advertiu Watson que acrescentou:"É preciso dividir os esforços (de redução) entre os países industrializados e os países em desenvolvimento, como a China".

(ambientebrasil com Agências Internacionais)