Recorrer ao pensamento pedagógico não é um ato abstrato e abstraído da realidade, porque a realidade nos aponta o quanto a história é cíclica , e o que se vive hoje na educação é reflexo do seu envolvimento ao longo da história.

A educação é uma prática essencialmente humana, considerando a profundidade e amplitude de sua influencia na existência dos homens.

Na idade média, aprendia-se o que fazer ajudando os adultos a fazê-lo, o aprendizado se dava pela convivência social, entre pais e filhos e adultos e crianças. Havia transmissão de conhecimento da vida e para a vida.

No século XVI e XVII, aparece a preocupação com a educação, com o objetivo de produzir adultos convenientes aos ideais da sociedade.

Nesse sentido a educação era diferenciada, sendo a educação adotada para as classes populares, mais práticas e voltada para o trabalho enquanto meio de sobrevivência.

Por outro lado, uma educação nova era ministrada às crianças de classe burguesa, que implicava em vigilância , disciplina e segregação, o que era feito através do colégio.

As doutrina pedagógica se estrutura e desenvolve em função da emergência da sociedade de classe. A escola como instituição formal, surgiu como resposta à divisão social do trabalho e ao nascimento institucional do estado, da família e da propriedade privada. Portanto a escola nasce junto com a hierarquização e a desigualdade.

De acordo com GADOTTI, o pensamento moderno caracteriza-se pelo realismo, afirmando a superioridade do domínio do mundo exterior sobre o domínio do mundo interior, a supremacia das coisas sobre as palavras e a paixão pela razão.

Na concepção de Locke, a criança, ao nascer, era como uma tabula rasa, um papel em branco sobre o qual o professor podia tudo escrever.

Segundo COMÊNIO, a educação deveria ser permanente, pois a educação do homem nunca termina já que nós sempre estamos sendo homens e, portanto, estamos sempre nos formando.

O Iluminismo Educacional representou o fundamento da pedagogia burguesa que até hoje insiste predominantemente na transmissão de conteúdos e na forma social individualista. Kant acreditava que o homem é o que a educação faz dele , através da disciplina , da didática , da formação moral e da cultura.

Para atingir a perfeição, o homem precisa da disciplina que também permite dominar as tendências instintivas da formação cultural .

Contudo a educação proposta não era a mesma para todos , pois se admitia a desigualdade natural entre os homens da moralização , que forma a consciência do dever e da civilização como segurança social.

A função da escola capitalista consiste na reprodução da sociedade e que toda ação pedagógica será uma imposição arbitrária da cultura das classes dominantes, a escola constituía-se no instrumento mais acabado do capitalismo para reproduzir as relações de produção e a ideologia do sistema. (LUZURIAGA)