A Fundação Oswaldo Cruz esta colhendo dados para implantação de um sistema
de monitoramento biológico dos rios do Estado do Rio, com base nos insetos
que vivem neles.
O trabalho, chamado de monitoramento biológico, leva em conta fatores como
a diversidade de espécies animais, a quantidade em que elas estão presentes
e quais as espécies mais abundantes.
Segundo os pesquisadores, quando se considera a vida animal nos rios, a
medição da qualidade da água e' muito mais precisa do que quando se
analisam apenas a presença de bactérias e as características físicas e
químicas da água - procedimentos adotados no Estado do Rio atualmente.
- Se houver alteração na bacia de um rio, seja assoreamento, despejo de
esgoto ou derrame de algum agrotóxico, a fauna que vive ali vai sentir
imediatamente. Ela pode ser um indicador do que acontece na bacia -
explicou o pesquisador Darcilio Baptista, do Laboratório de Avaliação e
Promoção da Saúde Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz.
Como as espécies reagem de modo diferente a cada acontecimento, a presença
ou ausência de algumas delas revela exatamente o que ha com o rio.
Moscas-de-pedra, por exemplo, são extremamente sensíveis 'a diminuição do
oxigênio na água. Já insetos que se alimentam de algas tendem a
multiplicar-se quando ha despejo de fertilizantes.
O sistema de monitoramento biológico mais usado na Europa parte dessas
observações para dar notas 'a qualidade da água. espécies mais sensíveis 'a
poluição valem muitos pontos.
Mais de 50 famílias de animais são consideradas na avaliação. O sistema
europeu vem sendo aplicado em são Paulo e Minas Gerais.
- Nos EUA, o método e' diferente. Medem-se a abundancia de espécies, a
diversidade, a tolerância 'a poluição e os hábitos alimentares - descreveu
o pesquisador.
Darcilio explicou, porem, que e' preciso conhecer bem a fauna de cada rio
para aplicar um ou outro sistema.
A empreitada inicial da Fiocruz vem sendo exatamente conhecer as espécies
das bacias hidrográficas de todo o Estado do Rio, para fornecer parâmetros
de avaliação. Os pesquisadores estão considerando apenas os insetos, porque
esta classe de animais oferece vantagens 'a analise.
A variedade de insetos em rios pode fornecer dados sobre numerosos tipos de
desequilíbrio ambiental.
O trabalho da Fiocruz começou pela bacia do Rio Macaé. Com 110 km de
extensão, ele abastece Friburgo, Casimiro de Abreu e Macaé e foi escolhido
porque ainda esta razoavelmente limpo.
A fauna de insetos foi avaliada de 94 a 98. Agora, os pesquisadores estão
começando a criar um padrão de monitoramento para os rios Paraíba do Sul e
Guapimirim. --------------------------------------------------------- >