BIODIVERSIDADE: A RIQUEZA DA VIDA NA TERRA
A DESTRUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE
A degradação da biodiversidade na Terra vem sendo realizada há muitos anos. Na Idade Média, por exemplo, existiam as famosas caçadas às raposas e ao faisão, esporte que permaneceu entre a classe burguesa da Inglaterra e de outros países da Europa.
Quando do povoamento das Américas, ocorrido há 30 mil anos, parece ter determinado a extinção da preguiça-gigante, do bisão e do mamute. Na mesma época, a ocupação humana na Austrália foi o começo do fim do leão marsupial e do canguru-gigante, além de outras espécies endêmicas. Na Nova Zelândia, viviam 13 espécies de moas, grandes aves não-voadoras que foram sendo exterminadas após a chegada dos colonizadores, ocorrida por volta do ano 1.000.
500 anos depois foi a vez de Madagascar, onde foram eliminadas várias espécies de primatas.
Entre 10 e 8 mil anos atrás, com a expansão das civilizações, os ambientes selvagens foram sendo ocupados na Europa e na Ásia. Depois chegou a vez das Américas.
Com o início da industrialização, iniciada há 200 anos, nada mais deteve o avanço da apropriação da natureza.
Hoje restam poucos ambientes não-modificados pelas atividades humanas. Os maiores e mais ricos em biodiversidade são as florestas tropicais unidas, que, em 1979, já estavam reduzidas à metade da extensão ocupada nos tempos pré-históricos. O que restou está sendo removido em grande velocidade, e isso significa a destruição completa das florestas, sem ficar uma única árvore. Sem contar na destruição de espécies animais, vegetais e recursos naturais, que estão sendo devastados pela ação do homem.
Muitas regiões onde a água sempre foi um recurso farto em um passado não muito distante, enfrentam hoje a diminuição progressiva dos níveis e vazões de seus reservatórios e mananciais, observada a cada ano durante a estação seca.
Nossos mananciais e cursos d´água são vítimas de agressões severas, como a destruição da vegetação ciliar nativa, erosão, assoreamento, poluição (lixo, esgoto, fertilizantes e agrotóxicos etc), que juntos comprometem a qualidade e a quantidade de água disponível para consumo humano.
Nos habituamos a conviver com os resíduos que produzimos diariamente em todas as nossas atividades. A grande quantidade de lixo produzido pelas comunidades humanas transformou-se num dos maiores problemas ambientais do Planeta. Esta é uma questão de responsabilidade não só dos governos, mas também de cada cidadão que habita a\ Terra.
Lixo doméstico urbano lançado sem qualquer cuidado em vias públicas. Um hábito comum entre as pessoas.
Na Revista Isto é de 24 de setembro de 2003, a matéria de capa reporta a falta de fiscalização e controle das espécies nativas que abre as portas para a biopirataria na Amazônia e dá ao Brasil um prejuízo diário de US$ 16 milhões. A Amazônia vem sendo explorada e saqueada, por causa de matéria-prima genética para produzir remédios e cosméticos.
Segundo relatório divulgado pela ONU, o impacto do atual padrão de desenvolvimento na qualidade de vida e nos recursos naturais, apontou o seguinte:
2,4 % das florestas foram destruídas nos anos 90, uma área equivalente ao Estado de Mato Grosso. O desmatamento é maior na África, que perdeu 7% de sua cobertura vegetal, e na América Latina, com 5%.
A proporção de recifes de coral ameaçados saltou de 10% para 27%, apesar de protegidos pela Convenção da Biodiversidade.
Apenas 3 países ricos, Alemanha, Inglaterra e Luxemburgo, mantiveram estáveis suas emissões de carbono, o gás do efeito estufa.
Em entrevista ao Informativo bimestral da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental /ABES, de maio de 2003, o professor da USP, JURANDIR ROSS citou que O LIXO E O ESGOTO são os PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS BRASILEIROS. Ele acrescenta que é todo tipo de lixo: industrial, doméstico e hospitalar. O esgoto, por sua vez, é lançado diretamente nos rios do país.
Ele falou que o país está bem amparado por leis, mas o problema é que na prática, elas não funcionam. Ele participou recentemente de uma discussão sobre a Bacia do Alto Paraguai (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), onde os esgotos da cidade de Cuiabá são despejados no Rio Cuiabá e, este por sua vez, no Pantanal.
Os lixões são outro problema alertado pelo professor. Num estudo sobre o Litoral de Santa Catarina, há uma grande dificuldade para encontrar locais para depositar lixo.
No Diário Oficial do Estado de São Paulo – Cadernos de Cidadania 2, do dia 15 de março de 2003, segundo informações do suplente da Secretaria Executiva do Comitê da Baixada Santista , Pedro Carmo de Bártolo, a Baixada tem um maior crescimento da população no verão, passando de 1.474.650 para 2.360.000 e isso dificulta a coleta e o armazenamento do lixo, o fornecimento de água e a preservação dos mananciais.
grande problema da cidade de Cubatão é estar numa região de mangue e serra, ao mesmo tempo, sem contar nos graves problemas de poluição e contaminação causados pelas indústrias.
Já São Vicente tem um problema crônico de drenagem. Dos 44 canais que a cidade possui, somente 4 são revestidos. Além do mais, o estreitamento dos canais acumulam lixo facilitando a ocorrência de enchentes e doenças.
TIPOS DE POLUIÇÃO
Poluição do ar, especialmente pelas exalações de indústrias e de veículos automotores;
Poluição da água, pelos detritos de toda ordem, tanto domésticos, como urbanos e industriais;
Poluição do solo, pela deposição do lixo domiciliar ou das ruas e das instalações comerciais e industriais;
Poluição alimentar, como a do leite (contaminação dos estábulos, dos ordenhadores ou do gado), da carne, das verduras etc;
Poluição sonora, decorrente do excesso de ruídos, responsável por perturbações nervosas e até lesões auditivas;
Poluição visual, pelo excesso de cartazes, luminosos, cenas chocantes, despertando estímulos sensoriais anômalos;
Poluição psicológica ou mental, que abrange a chamada "poluição sexual", traduzida por pressões exageradas sobre a mente humana, muito comuns nas grandes concentrações urbanas, vítimas dos excessos publicitários, do mau uso dos meios de comunicação, como o rádio, a TV etc.
BIBLIOGRAFIA
Revista Isso é, dia 24 de setembro de 2003.
Revista Veja, dia 21 de agosto de 2002.
Informe ABES, de maio de 2003.
Diário Oficial do Estado de São Paulo, de 15 de março de 2003.
Livro: Estudo de Problemas Brasileiros, de Hilário Torloni, Ed. Pioneira.