Identificação dos principais grupos de Pteridófitas brasileiras

 

Márcia de Oliveira Campos

Maria de Jesus Campos

Ramieri Moraes

 

As pteridófitas são as primeiras plantas a apresentar tecidos especializados na condução de água e nutrientes. Ou seja, as pteridófitas são plantas vasculares. A presença de vasos condutores permite que a água e os nutrientes sejam transportados de maneira eficiente por longas distâncias. Esta característica permite que elas atinjam tamanhos muito maiores.

A grande maioria ocorre em regiões tropicais. Porém, existem algumas espécies que habitam regiões temperadas ou semidesérticas. Existem desde espécies muito pequenas até algumas que chegam a atingir mais de 20 metros de comprimento, cujas folhas possuem mais de 5 metros!

O corpo das pteridófitas já apresenta a diferenciação em raiz, caule e folhas. As raízes formam o sistema radicular, responsável por fixar a planta ao substrato e pela absorção de água e nutrientes.

 

Classificação das pteridófitas

As Pteridófitas se dividem em quatro grupos:

Psilofitinea (Psilopsida): é representado no Brasil pelo gênero Psylotum, uma planta herbácea com ramificação dicotômica, desprovida de raízes e folhas, porém apresentam vascularização. Na planta adulta, os eixos produzem esporângios trilobados em ramos laterais muito curtos; o gênero Psilotum é homosporado; após a germinação, os esporos originam o gametófito, que é uma estrutura aclorofilada (portanto saprófita) subterrânea, com associação de micorrizas. Os anterozóides de Psilotum necessitam de água para nadar até a oosfera; o esporófito originado sexualmente fica, inicialmente, preso ao gametófito, absorvendo seus nutrientes, mas depois solta-se do pé, que permanece no gametófito. Apresenta distribuição tropical e subtropical

Equisetinea (Sphenopsida): é representado atualmente pelo gênero Equisetum (cavalinha). Seu hábito é verticilado (as diminutas folhas distribuem-se verticiladamente na região do nó). Os entrenós são estriados e apresentam sílica nas células epidérmicas. Os caules surgem de sistemas subterrâneos que permanecem vivos durante as estações desfavoráveis, quando a parte aérea morre. A atividade fotossintetizante das folhas é desprezível; a maior parte da fotossíntese é efetuada pelo caule estriado, como em Psilotum. As raízes nascem de rizomas subterrâneos profundos. Os esporângios são localizados em estróbilos, localizados em ramos estrobilíferos aclorofilados (E. arvense) ou nas extremidades de ramos vegetativos (E. hyemale). Os apêndices que transportam os esporângios são conhecidos como esporangióforos, e não esporófilos, uma vez que não são estruturas foliares; os Equisetum são homosporados. Quando os esporos estão maduros os esporângios contraem-se e rompem-se ao longo de sua superfície interna, liberando os esporos. As paredes desses esporos possuem elatérios, faixas espessadas que se espiralam quando úmidas e desenrolam quando secas, auxiliando na dispersão dos esporos.

Licopodinea (Licopsida): é representada pelos licopódios (plantas homosporadas) e selaginelas (heterosporadas). Os esporófitos da maioria dos gêneros de Lycopodiaceae são constituídos por um rizoma (caule subterâneo horizontal) ramificado que emite ramos aéreos e raízes. Os esporofilos (folhas portando esporângios) localizam-se em ramos modificados, com entrenós muito curtos, os estróbilos. Embora sejam plantas herbáceas, seus ancestrais fósseis atingiam dimensões arbóreas. Após a germinação, os esporos de Lycopodiaceae originam gametófitos bissexuados, que podem ser estruturas verdes, irregularmente lobadas (ex.: Lycopodiella) ou estruturas micorrízicas subterrâneas (ex.: Lycopodium). Até que os arquegônios e anterídios de um Lycopodiaceae se desenvolvam completamente, pode ocorrer um período de cerca de 15 anos. Existe a necessidade de água para a fecundação, pois o anterozóide nada até o arquegônio; o embrião formado cresce no interior do arquegônio, originando o esporófito, que permanece por um tempo preso ao gametófito e depois se torna independente.

Filicínea (Pteropsida): é o mais conhecido e compreende os vegetais vasculares com folhas e raízes verdadeiras (samambaias e avencas). As folhas podem ser simples ou ter sua lâmina dividida em folíolos. Na maioria dos grupos, a face inferior das folhas cresce mais que a superior (vernação circinada), resultando em seu enrolamento (báculo). As samambaias podem ser classificadas como eusporangiadas ou leptosporangiadas. Nas primeiras, é produzido um eusporângio, a partir de muitas células iniciais localizadas na superfície do tecido a partir do qual o esporângio será produzido; nas samambaias leptosporangiadas, o esporângio é produzido a partir de uma única célula inicial. Os esporângios encontram-se reunidos em soros, esporocarpos, espigas ou sinângios. Nos grupos nos quais os esporângios encontram-se reunidos em soros, ocorre uma estrutura diferenciada, o anel ou ânulo que, através de movimentos higroscópicos (advindos da dessecação), é responsável pelo rompimento do estômio (camada de células com menor resistência), liberando os esporos, que irão germinar, formando um novo gametófifo (protalo). A maioria das samambaias atuais é homosporada, com exceção dos representantes de duas ordens aquáticas.

 

Referências:

Classificação das pteridófitas.Disponível em : http://www.colegioweb.com.br/biologia/classificacao-das-pteridofitas.html. Acesso em: 20/10/2011

BRITES, Alice Dantas. Pteridófitas Características e reprodução. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biologia/pteridofitas-caracteristicas-e-reproducao.jhtm. Acesso em: 20/10/2011.

Plantas Vasculares sem Sementes. Disponível em: http://www.biologados.com.br/botanica/taxonomia_vegetal/plantae_plantas_vasculares_sem_sementes.htm.Acesso em: 23/10/2011.