RESILIÊNCIA REDUZ RISCOS DE DOENÇAS E MELHORA A QUALIDADE DE VIDA
O estresse profissional é uma realidade observada hoje nas mais diferentes áreas e setores do mercado de trabalho e, diferentemente do que muitos imaginam, não está restrito aos profissionais que exercem altos cargos em grandes empresas.
O problema está presente nos mais distintos níveis hierárquicos, em empresas de todos os portes e se intensifica à medida que aumentam as responsabilidades, cobranças, pressão laboral, competitividade, estafante jornada de trabalho, entre outras características muito típicas do mundo globalizado. Diante disso, como manter a qualidade de vida e o equilíbrio emocional?
A resposta é simples: treinando a capacidade de cada indivíduo de desenvolver a resiliência. O termo vem da física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. O profissional resiliente é aquele que recupera-se e molda-se a cada "deformação" (obstáculo) situacional.
O equilíbrio humano é semelhante à estrutura de um prédio, se a pressão for superior à resistência, aparecerão rachaduras (doenças e lesões, por exemplo). Dentre as mais diferentes doenças psicossomáticas que se manifestam no indivíduo que não possui resiliência, estão não apenas o estresse, mas doenças graves como a gastrite até a síndrome do pânico, incluindo ainda problemas como vaginites, doenças intestinais, hipertensão arterial, entre outros males.
Durante o ciclo de vida normal, é necessário o indivíduo desenvolver a resiliência para conseguir ultrapassar as passagens com "ganhos", nas diferentes fases: infância, adolescência, juventude, fase adulta e velhice, incluindo mudanças como de solteiro para casado.
O indivíduo que possui resiliência desenvolve a capacidade de recuperar-se e moldar-se novamente a cada obstáculo, a cada desafio. Se transportarmos o raciocínio para o dia-a-dia, poderemos observar que, quanto mais resiliente for o indivíduo, haverá menos doenças e perdas e mais desenvolvimento pessoal será alcançado.
Um indivíduo submetido a situações de estresse e que sabe vencer sem lesões severas (rachaduras) é um resiliente. Já o profissional que não possui resiliência é o chamado "homem de vidro", que se "quebra" ao ser submetido às pressões e situações estressantes. A idéia de resiliência pode ser comparada às modificações da forma de uma bexiga parcialmente inflada, se comprimida, adquirindo as formas mais diversas e retornando ao estado inicial, após pressões exercidas sobre a mesma.
A resiliência consiste em equilíbrio entre a tensão e a habilidade de lutar, além do aprendizado obtido com obstáculos (sofrimentos). Traduzindo em outras palavras, é atingir outro nível de consciência. Toda empresa deve se preocupar com a resiliência de seus profissionais, pois o indivíduo que não possui ou não desenvolve a resiliência, pode sofrer severas conseqüências, que vão da queda de produtividade ao desenvolvimento das mais diferentes doenças psicossomáticas.
Dicas para aumentar a capacidade de resiliência:
Dr. Alberto D'Auria é ginecologista e superintentende de Saúde Ocupacional do Hospital e Maternidade São Luiz