RESPONSABILIDADE SOCIAL: O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES

Adm. Vinícius Costa

Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/responsabilidade-social-o-papel-das-organizacoes/23157/

 

Nas últimas décadas tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que as empresas operam. As empresas eram vistas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver problemas econômicos fundamentais como maximização dos lucros e minimização dos custos e, pouco além disso. Neste contexto os aspectos sociais e políticos afetos ao ambiente dos negócios não são considerados variáveis significativas e relevantes na tomada de decisões dos administradores. Entretanto conforme afirma Buchholz (1989, apud DONAIRE, 1999) uma crescente atenção, por parte das organizações , tem se voltado para problemas que transcendem aos problemas econômicos das empresas, abrangendo um espectro muito mais amplo, que envolve preocupações de caráter político-social, como proteção ao consumidor, controle da poluição, segurança e qualidade dos seus produtos, assistência médica e social, defesa de grupos minoritários etc.

Donaire (1999) alerta que essa visão moderna da empresa em relação a seu ambiente é mais complexa, pois a organização passa a ser vista como instituição sócio-política, sendo essa visão resultado de uma mudança no enfoque que está ocorrendo no pensamento da sociedade e mudando a ênfase do econômico para o social. Nesse sentido, muitas das decisões internas da organização hoje requerem considerações explícitas das influências provindas do ambiente externo, e seu contexto inclui considerações de caráter sócio-político que agora se somam às tradicionais considerações econômicas.

Donaire (1999) ainda lembra que hoje a sociedade tem preocupações ecológicas, de segurança, de proteção e defesa do consumidor, de qualidade dos produtos etc, que não existiam de forma tão pronunciada nas últimas décadas, além de que a sociedade tem ficado mais atenta ao comportamento ético das empresas, bem como sobre atuação de seus administradores, o que tem resultado em novas leis e regulamentações que tentam melhorar os padrões éticos das corporações e tem provocado a mudança da postura estratégica nas organizações em face destas mudanças, dessa forma as organizações automaticamente são pressionadas a incorporar esses valores e atender a legislação como forma de manterem-se “vivas”.

“A principal alteração que se verifica atualmente é a percepção das corporações sobre o papel que desempenham na sociedade. A corporação não é mais vista como uma instituição com propósitos simplesmente econômicos, voltada apenas para o desenvolvimento e venda de seus produtos e serviços. Em face de seu tamanho, recursos e impacto na sociedade, a empresa tem grande envolvimento no acompanhamento e na participação de muitas tarefas sociais, desde a limpeza das águas até o aprimoramento cultural e espera-se que ocorra um alargamento de seu envolvimento com esses conceitos ‘não econômicos’ no futuro, entre eles a proteção dos consumidores e dos recursos naturais, saúde, segurança e qualidade de vida nas comunidades em que estão localizadas e onde fazem seus negócios.” (ANDERSON, 1982, apud DONAIRE, 1999, p.18-19)

“A empresa deve reconhecer que sua responsabilidade para com a sociedade e para com o público em geral vai muito além de suas responsabilidades com seus clientes.” (LONGENECKER, 1981, apud DONAIRE, 1999, p.20).

A responsabilidade social implica um sentido de obrigação para com a sociedade, assumindo diversas formas como proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, planejamento da comunidade, serviços sociais em geral, em conformidade com o interesse público.

Nesse sentido Donaire (1999) afirma que uma organização só tem razão de existir se desempenhar um papel socialmente útil, e que o contrato social existente entre a sociedade e empresa puder ser refeito e revogado caso elas falhem em atender as expectativas da sociedade. Se as organizações pretendem sobreviver em longo prazo elas devem atender a essas aspirações e realizar o que a sociedade pretende, dessa forma a maximização dos lucros deve ser vista num contexto de longo prazo, pois o comprometimento com problemas sociais pode resultar num lucro menor, entretanto pode se transformar em condições mais favoráveis no futuro para a continuidade da lucratividade e sobrevivência da empresa.

Assim, as organizações devem colaborar para a solução das questões sociais, não só apenas por terem contribuído para seu surgimento mas também porque dispõe de talento gerencial, especializações técnicas e disponibilidade de recursos e de materiais que poderão ser extremamente úteis no melhor equacionamento de tais problemas.

Parte-se do pressuposto de que “não pode haver nenhuma esperança de existir de uma organização viável economicamente em uma sociedade deteriorada socialmente.” (DONAIRE, 1999, p.22)

 

Bibliografia:

DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 

BRAGA, Vinícius Costa. Análise da Viabilidade na Implantação de Biodigestores para Tratamento e Valoração de Dejetos Suínos na Granja Brasil-Agroceres PIC: 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Administração de Empresas). Centro Universitário de Patos de Minas/UNIPAM. Patos de Minas, 2006.