AREIA DE DESERTO É MAIS
RICA QUE SOLO DA AMAZÔNIA
Estudo comparou a biodiversidade de bactérias de vários ecossistemas. Pegue uma
colher de sopa de solo da Amazônia e outra de areia do deserto de Mojave, na Califórnia. Agora segure uma em cada mão e
pergunte a qualquer pessoa na rua: qual das amostras esconde a maior
biodiversidade de bactérias? A resposta, segundo uma análise científica
publicada hoje, é a areia do deserto. Algo surpreendente até mesmo para os
autores da pesquisa. O estudo busca preencher um imenso vazio de conhecimento
sobre a diversidade e distribuição de microrganismos do solo em escala
continental. Os cientistas analisaram amostras de solo de 98 localidades na
América do Norte e do Sul, incluindo florestas tropicais, pradarias, tundra,
desertos e vários outros ecossistemas. E, para a surpresa de todos,
o resultado foi o contrário do que se vê na superfície. Debaixo do solo,
a biodiversidade dos desertos e pradarias mostrou-se muito maior do que a da
floresta. A variedade de micróbios é tão grande que torna difícil fazer uma
contagem, entretanto, estima que o número de espécies - incluindo as amostras
mais "pobres" - esteja na casa dos milhares
A conclusão da pesquisa é que a biodiversidade de bactérias no solo varia,
principalmente, de acordo com o pH (ácido, neutro ou alcalino),
independentemente de fatores climáticos como temperatura e chuvas - que regulam
a distribuição de fauna e flora ao redor do planeta. Foram estudados solos com
pH 3.5 (ácido) até 9.0 (alcalino). Os de maior biodiversidade foram os de pH
neutro (próximo de 7), enquanto a menor ficou com os
de pH muito ácido - justamente, os de floresta tropical.