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Texto: Renata de Freitas Martins

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TECIDOS VEGETAIS

Definição

Tecidos são os grupos de células igualmente especializadas, de mesma origem embrionária e que realizam funções determinadas no corpo vegetal.

Nas plantas, a distinção anatômica dos tecidos é muito menos nítida do que nos animais. A especialização é menos nítida e são poucos os tecidos que apresentam uma estrutura bem característica. Na maioria das vezes o mesmo tecido exerce várias funções.

Tecidos Meristemáticos

Os meristemas são também chamados tecidos embrionários e se caracterizam pela grande capacidade de divisão de suas células.

Quanto à origem, podemos reconhecer dois tipos de meristemas: primários e secundários.

- Meristemas primários: são aqueles cujas células derivam diretamente do embrião.

- Meristemas secundários: são aqueles que se originam por desdiferenciação de células adultas, isto é, células que, já diferenciadas, readquirem a capacidade meristemática, voltando a se dividir.

Tecidos Adultos

Estes tecidos caracterizam-se por apresentar células especializadas, que perderam, em grau maior ou menor, a capacidade de divisão celular. Suas células realizam funções determinadas dentro do corpo vegetal.

Um dos fatores que bem caracterizam o tecido adulto é a presença dos espaços intercelulares, relacionados com a circulação de gases por difusão.

Os principais tecidos vegetais adultos são:

- Parênquima: é um tecido formado por células vivas, pouco especializadas, capazes de crescer e também de se dividir. Pode ser tecido primário ou secundário, desempenhando várias funções como: fotossíntese, reserva, origem de estruturas adventícias, secreção e excreção. Ocorre na casca e na medula do caule e na raiz, formando raios medulares, mesofilos das folhas etc. Existem vários tipos de parênquimas: parênquima clorofiliano (encarrega-se da realização da fotossíntese, uma vez que suas células são dotadas de cloroplastos e se encontra nas folhas sob dois aspectos- parênquima paliçádico e parênquima lacunoso); parênquima de reserva (relaciona-se com a reserva de várias substâncias: amido, água, ar, caroteno, sacarose, licopeno, taninos etc. Os principais são: parênquima amilífero, parênquima aqüífero, parênquima aerífero ou aerênquima);

- Epiderme: é um tecido originado do dermatogênio, envolvendo externamente todos os órgãos vegetais. Pode ser considerada um tecido geral para as plantas que vivem no meio aéreo mas, às vezes, falta, como acontece em certas pteridófitas que vivem em regiões muito úmidas. Em plantas aquáticas a epiderme também não ocorre. As células da epiderme são vivas, desprovidas de cloroplastos, justapostas e, geralmente, constituem uma única camada de células. A epiderme exerce várias funções importantes para a planta: proteção contra a transpiração e ferimentos, absorção, trocas gasosas, secreção e excreção. Para exercer tais funções a epiderme forma anexos como cutícula, pêlos, papilas, acúleos, escamas e estômatos;

- Colênquima: tecido relacionado com a sustentação mecânica dos vegetais, aparecendo nas partes que ainda manifestam ativo crescimento. É capaz de acompanhar o crescimento do corpo vegetal e suas células são vivas;

- Esclerênquima: este tecido também realiza a sustentação mecânica dos vegetais e ocorre em órgãos vegetais, principalmente nas regiões que atingiram a maturidade completa. Pode ocorrer duas formas de células: esclereídos ou células pétreas e fibras esclerenquimáticas;

- Tecido de Condução: são tecidos formados por células vivas ou mortas, que se especializam na produção de estruturas responsáveis pela condução da seiva. Assim, a seiva bruta ou mineral é conduzida por um conjunto de estruturas que formam o lenho ou xilema (tecido complexo formado por vários tipos de células, relacionadas com a condução, suporte mecânico e armazenamento de substâncias de reserva), e a seiva elaborada ou orgânica é conduzida pelo líber ou floema (tecido complexo formado por vários tipos de célula e se relacionando com a condução da seiva elaborada, com a reserva e também com o suporte mecânico);

- Periderma: conjunto de felogênio (meristema secundário que ocorre na região da casca e por sua atividade são produzidas novas células para fora, que vão se transformando em súber ou cortiça, e novas células para dentro, que formarão o feloderma), súber (tecido formado por células mortas, tratando-se de um tecido de proteção, que substitui o epiderme no caule e na raiz. Protege contra ferimentos, perda de água por transpiração e, também, contra variações de temperatura, já que constitui um eficiente isolamento térmico para as plantas) e feloderma (tecido parequimático, que origina-se, geralmente, no primeiro ano de vida da planta, formando, assim, o primeiro periderma. Nos anos subseqüentes esse felogênio será substituído por novos felogênios formados mais internamente em relação ao antigo, resultando num acúmulo de tecidos mortos na superfície da raiz ou do caule e a este conjunto de tecidos superficiais e mortos denomina-se ritidoma);

- Estrutura de secreção ou excreção: nos vegetais, nem sempre se pode distinguir a excreção da secreção. A excreção seria todo material produzido e não mais aproveitado no metabolismo vegetal. A secreção seria o material resultante do metabolismo e que ainda pode ser aproveitado. Vários são os elementos que participam da secreção e da excreção: células secretoras, papilas e pêlos secretores, bolsas secretoras e vasos resiníferos, tubos lactíferos, hidatódios e nectários.