© Copyright 1999/2004 - Programa Ambiental: A Última Arca de Noé

Texto: Renata de Freitas Martins

Todos os direitos reservados

http://www.aultimaarcadenoe.com.br/index1.htm

 

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NOS VEGETAIS

A passagem do meio aquático para o terrestre

Uma planta aquática absorve água e íons minerais por toda a superfície do corpo; já uma planta terrestre não tem um suprimento fácil de água e sais minerais, uma vez que estas substâncias são encontradas no solo. O solo, normalmente, não possui água na sua superfície e sim abaixo dela. As plantas tiveram de desenvolver algum meio para obter, continuamente, água e íons minerais solúveis do solo. Foi assim que surgiram, inicialmente, os rizóides, e, posteriormente, as raízes.

Uma vez absorvida pela planta, a água deve ser economizada,já que o meio terrestre é dessecante. As plantas necessitavam de uma proteção contra a perda excessiva de água por transpiração. Por isso surgiram, durante a evolução, a epiderme e a cutícula.

A cutícula é uma película impermeável à água, que evita, de maneira eficiente, a evaporação, porém acarreta um problema - dificulta a realização de trocas gasosas com o meio ambiente.Para facilitar o movimento dos gases (CO2 e O2), as plantas desenvolveram os estômatos.

Houve também outro problema: a sustentação. As plantas aquáticas encontravam sustentação no próprio meio em que vivem. As plantas terrestres, durante a evolução, tiveram de desenvolver um eixo rígido de sustentação para se afastarem do solo, evitando, dessa maneira, o crescimento prostrado sobre ele. Isso foi facilitado pela necessidade de maior luminosidade para a realização da fotossíntese. Mas a parte aérea acabou ficando cada vez mais distante da fonte de suprimento de água (solo), e as plantas desenvolveram então os tecidos vasculares (xilema e floema). Até então, as plantas avasculares não podiam ser altas, uma vez que o transporte de substâncias era feito lentamente, por mecanismos de difusão.

As plantas aquáticas que provavelmente evoluíram para dar origem aos vegetais terrestres foram as algas verdes (clorofíceas).

Evolução da reprodução

Quando se estuda os diversos tipos de ciclos de vida nos vegetais podem-se observar diversas tendências evolutivas:

- Existem muitas algas que apresentam no seu ciclo de vida apenas uma célula diplóide, representada pelo zigoto. Todas as outras estruturas são haplóides. Nestas, a meiose é inicial ou zigótica;

- Outras algas mostram em seu ciclo reprodutor um corpo diplóide e os gametas são as únicas células haplóides. A meiose é final ou gamética;

- Muitas algas, as briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas apresentam um ciclo reprodutor em que se observa uma alternância de gerações gametofítica (haplóide) com esporofítica (diplóide), sendo a meiose espórica.

Evolução das fanerógamas

Acredita-se atualmente que os vegetais superiores (gimnospermas e angiospermas) originaram-se a partir de pteridófitas heterosporadas do passado remoto da Terra.

O fator evolutivo decisivo para esses vegetais foi a germinação do megásporo (macrósporo) no interior do megasporângio (macrosporângio) da planta-mãe.

A conseqüência disso é que se desenvolveu, no interior do megasporângio, o gametófito feminino denominado megaprótalo. Este gametófito produz arquegônios e dentro de cada arquegônio existe uma oosfera.

É indispensável agora o transporte dos micrósporos desde o estróbilo masculino até o estróbilo feminino que contem esses megasporângios. Surgiu, dessa maneira, o processo de polinização.

Os micrósporos caem nos megasporângios, onde germinam, formando os microprótalos (tubos polínicos), que crescem até atingir as imediações dos arquegônios.

O microprótalo transporta os gametas masculinos, que agora fecundam as oosferas, formando os zigotos. Com isso, as plantas tornam-se independentes da água para fecundação.

O zigoto formado no interior do megasporângio desenvolve-se e forma um embrião. Forma-se dessa maneira a primeira semente conhecida.

Posteriormente, em torno do megasporângio cresceu um integumento, isto é, uma parede protetora, e a estrutura transformou-se em óvulo. Formaram-se, assim, as primeiras gimnospermas.

à medida que se processa a evolução, novos fatos acontecem: o óvulo passa a ser formado a partir de uma folha modificada chamada megasporofilo (folha carpelar); inicialmente a folha carpelar produz o óvulo, que fica desprotegido, mas, posteriormente, essa folha passa a envolver o óvulo e a protegê-lo. O óvulo fica,agora, encerrado no interior de uma cavidade limitada pela folha carpelar, o ovário. O óvulo fecundado desenvolve-se para formar a semente e o ovário, acompanhando esse desenvolvimento, cresce, para dar origem ao fruto. Dessa maneira surgiram as angiospermas.